Vem aí o La Niña para mudar o clima em junho, julho e agosto

NOAA emite relatório sobre efeitos do fenômeno na agricultura brasileira
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Publicado em 18/03/2024

O novo relatório da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica ), dos Estados Unidos, divulgado na quinta-feira (14), aponta para a incidência do fenômeno La Niña no trimestre junho, julho e agosto deste ano. Porém, antes do fenômeno estar ativo haverá um período de neutralidade entre abril e maio.

O La Niña é caracterizado pelo resfriamento em grande escala da água superficial do oceano Pacífico Equatorial central e leste, juntamente com mudanças na circulação atmosférica tropical, que altera o padrão de ventos, pressão e precipitação e costuma causar menor ocorrência de chuvas na região Sul do Brasil e tempo mais chuvoso nas áreas mais ao Norte do país.
Áreas que serão afetadas, segundo a NOAA
Áreas que serão afetadas, segundo a NOAA

Impactos no agro brasileiro

Com este cenário do retorno do La Niña para o segundo semestre os produtores rurais devem estar atentos as informações meteorológicas. Normalmente em anos de La Niña, o período úmido tende a começar um pouco mais tarde e não se observa maiores volumes de chuva ocorrendo a partir de Setembro.
Em anos de La Niña, o risco de estiagem é maior no Sul do Brasil e os episódios de geada tendem a aumentar, principalmente nas áreas de serra. Destaque para um inverno mais seco

Neste período atual, as projeções mostram que a segunda metade da estação do Inverno poderá apresentar períodos mais secos com ondas de frio mais fortes, com frio intenso entre julho e agosto, ou até mesmo um frio mais tardio ( início de primavera), no centro-sul do país.
"Isso não significa um inverno rigoroso, eventualmente podemos observar uma ou outra frente fria avançando de forma continental e esse sistema pode vir com mais intensidade, ou seja picos de frio que podem ser extremos lá pela segunda metade do Inverno quando o fenômeno La Niña estiver mais estabelecido", prevê a meteorologista Nadiara Pereira, da Climatempo.

"Esse frio tardio pode afetar alguns cultivos de inverno, principalmente o trigo. Não antecipar muito o cultivo do cereal para não pegar geada na fase da florada, pode ser uma estratégia eficiente", comenta a meteorologista.


Atraso na chuva

Outro ponto em destaque para a agricultura é a irregularidade da chuva para o início da próxima safra de verão (final de do ano - safra24/25). Há um risco de atraso das chuvas no Brasil Central.

Nadiara Pereira diz que a La Niña tem essa característica de prolongar o período seco e reduz um pouco o período úmido com o atraso das chuvas. Para a Primavera-Verão 24/25, não se descarta o risco de estiagem para os cultivos de verão no Sul do Brasil, principalmente o milho, cultura mais suscetível que acaba sentindo a falta de chuva, principalmente na primeira safra no Rio Grande do Sul.

Os efeitos opostos são esperados para o Norte e Nordeste, região do Matopiba normalmente produz bem com uma regularidade maior das chuvas. Para o Brasil Central, o detalhe desta projeção é o atraso do retorno da chuva.
"Isso, pode acarretar o atraso no plantio da soja com uma janela menor para o milho segunda safra na temporada seguinte", explica Pereira.



Ponto positivo

Redução do risco de ondas de calor muito intensas na próxima temporada. "Não significa que vamos ter um Verão mais ameno, observa a meteorologista.

"É necessário monitorar o Clima, mas a intensidade e duração dessas ondas de calor provavelmente irão diminuir se comparada a situação atual. Ondas de calor menos frequentes serão observadas no interior do Brasil", finaliza Pereira.




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