Dezembro marca o início do verão meteorológico, que compreende o período que vai até o fim de fevereiro. O solstício de verão, que é o início do verão no calendário, ocorre no dia 22 de dezembro, às 00h27, pelo horário de Brasília.
O fenômeno El Niño deve atingir seu ponto máximo entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 e vai continuar tendo forte influência no Clima sobre o Brasil. As condições para muita chuva na Região Sul e menos chuva na Região Norte ainda serão observadas.
Porém, alterações no padrão de temperatura da água do mar do oceano Pacífico Tropical e na costa leste do Nordeste, vão permitir a aproximação da Zona de Convergência Intertropical, que vai facilitar a ocorrência de chuva sobre parte do Norte e do Nordeste.
Outras mudanças ocorreram no padrão de temperatura da água do mar do oceano Atlântico Sul. A porção oceânica na costa do Uruguai, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina está com temperatura um pouco abaixo da média, em contraste com a porção oceânica na costa do Paraná e da Região Sudeste que está com temperatura acima da média. Esta situação vai permitir que mais frentes frias se aproximem da costa da Região Sudeste e isso poderá causar mais eventos de chuva forte nas áreas litorâneas do Paraná, São Paulo e Rio De Janeiro.
Região Sul
Na Região Sul, dezembro será outro mês com chuvas acima da média. Os maiores desvios positivos vão ser observados em áreas do sul e do oeste do Rio Grande do Sul. Por isso, ainda há risco de mais problemas com enchentes de rios, principalmente na fronteira com a Argentina. O rio Uruguai ainda está com cotas muito altas e deve receber muita chuva ao longo do mês de dezembro.
O que deve mudar um pouco é a característica da chuva. O contraste térmico será menor entre a porção norte do Rio Grande do Sul, o meio-oeste de Santa Catarina e o interior do Paraná, o que vai diminuir a formação de grandes áreas de instabilidade. A chuva nessas áreas, vai continuar bastante frequente e até volumosa em alguns pontos, mas condicionadas principalmente pelo calor e pela umidade do ar elevada. Assim, chuva terá maior irregularidade espacial maior.
No norte do Paraná, as pancadas de chuva devem ser um pouco menos frequentes do que no restante da Região Sul, mas ainda assim a região fica sujeita a eventos de chuva volumosa e também deve terminar o mês com acumulados acima da média histórica.
No leste de Santa Catarina, incluindo a Grande Florianópolis, e no litoral do Paraná, as pancadas de chuva provocadas pelo calor e alta umidade ocorrem de forma irregular ao longo do mês de dezembro. Mesmo assim, o mês deve terminar com chuva um pouco acima da média.
Ao longo do mês de dezembro são esperadas a passagem de 3 a 4 frentes frias sobre o Sul do Brasil, que vão ter uma atuação mais intensa sobre o centro-sul e oeste do Rio Grande do Sul. Por isso, estas áreas vão receber um pouco mais de ar frio e terão mais dias com muita nebulosidade, o que vai evitar que as temperaturas fiquem muito elevadas. A Região Sul terá alguns eventos de calor intenso, mas no Rio Grande do Sul, estes períodos quentes não devem ser prolongados. Nas áreas da fronteira com Uruguai, no extremo oeste do Rio Grande do Sul, a tendência é de temperaturas entre a média até ligeiramente abaixo da média, principalmente em relação às temperaturas máximas que ocorrem à tarde. As temperaturas mínimas tendem a ficar ligeiramente mais altas do que o normal.
As áreas com maior possibilidade de sentires ondas de calor serão o norte e oeste do Paraná e também do extremo oeste de Santa Catarina.
Região Sudeste
Na Região Sudeste, a chuva mais frequente e volumosa está prevista para o estado de São Paulo, Triângulo Mineiro, Sul de Minas e extremo sul do Rio de Janeiro.
A chuva será frequente principalmente no oeste e no sul de São Paulo, na faixa de divisa com o Paraná, mas em geral provocadas também por calor e alta umidade.
As frentes frias vão atuar principalmente no sul, litoral e leste de São Paulo, causando maior variação térmica principalmente na primeira quinzena. As temperaturas tendem a ficar acima da média em todas as áreas Região Sudeste, mas estas regiões terão alguns períodos amenos intercalando com períodos de calor um pouco mais intenso por causa da passagem das frentes frias,
A cidade de São Paulo terá pancadas de chuvas frequentes de final de tarde, principalmente no fim da primeira quinzena e na segunda quinzena de dezembro. Várias destas pancadas poderão ser fortes e causar transtornos pela cidade.
A chuva forte no fim da tarde e à noite pode causar problemas pontuais também no interior de São Paulo. Entre as áreas mais sujeitas a esses temporais estão a região de São Carlos, de Campinas e o oeste paulista
O Sul do Rio de Janeiro, onde estão a região de Resende e a Costa Verde, terá episódios de chuva forte e também veranicos, períodos com pouca chuva e calor intenso. A chuva será irregular ao longo de dezembro, embora a expectativa seja de que o mês termine com chuva acima da média.
Os veranicos em dezembro também poderão ocorrer em todas as outras áreas do estado do Rio de Janeiro, inclusive a capital, no norte e leste de Minas Gerais (região do Vale rio Doce) e no Espírito Santo. Em todas estas regiões, também na Grande Belo Horizonte, a chuva de dezembro será irregular e o mês deve terminar com acumulados abaixo da média em várias áreas. O Espírito Santo poderá ter períodos relativamente longos sem chuva.
A irregularidade da chuva vai deixar a temperatura mais alta do que o normal no norte e leste de Minas, no Espírito Santo e na faixa litorânea do estado do Rio de Janeiro. Estas regiões são as mais sujeitas a terem dias de calor mais extremo.
Região Centro-Oeste
No sul e no leste de Mato Grosso do Sul, a chuva de dezembro tende a ficar acima da média histórica. A chuva será provocada principalmente pelo calor e alta umidade, mas também por influência de áreas de instabilidade que avançam do Sul do Brasil. Nessas regiões, o risco de temporais será maior do que em outras áreas do Centro-Oeste.
Nas demais regiões de Mato Grosso do Sul, incluindo o Pantanal, a tendência é de que dezembro tenha chuva abaixo da média, embora a expectativa é de que chova mais do que nos meses anteriores. Dias de calor intenso ainda serão observados, com possibilidade de temperaturas acima dos 40°C.
Em Mato Grosso, dezembro terá basicamente chuva em forma de pancadas, provocadas pelo calor e alta umidade no ar. Porém, esse tipo de chuva tem grande variabilidade espacial. Poucos dias invernada são esperados para dezembro. A chuva tende a ficar abaixo da média principalmente no oeste e norte de Mato Grosso.
Com a irregularidade da chuva, o estado terá mais horas com sol forte, o que vai manter as temperaturas mais elevadas do que o normal.
Para o sul e o centro-leste de Goiás e para o Distrito Federal, a previsão é de chuvas dentro da normalidade. Estas regiões também terão chuva principalmente na forma de pancadas, que ocorrem com muita irregularidade. Não se deve esperar por grandes períodos com nebulosidade e chuva frequente.
As áreas ao norte e oeste de Goiás, divisas com Tocantins e o Mato Grosso, vão ter chuva um pouco abaixo do normal.
O calor continua acima do normal no Centro-Oeste, mas a maior probabilidade de ondas de calor é para o oeste de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, incluindo todo o Pantanal.
A chance de ondas de calor em áreas centrais do Centro-Oeste é menos provável em dezembro porque teremos mais nebulosidade e pancadas de chuva, que ajudam a regular a temperatura, evitando aquecimento extremo.
Região Nordeste
Na Região Nordeste, o mês de dezembro trará um aumento dos volumes de chuva sobre o Maranhão, sul do Piauí, oeste e sul da Bahia e também, de forma menos expressiva, para a Costa Norte do Brasil, especialmente entre o litoral do Maranhão, do Piauí e norte do Ceará.
O aumento das condições para chuva acontece por causa do maior fluxo de umidade vindo da Amazônia em direção às áreas do leste do país, e também da aproximação da Zona de Convergência Intertropical ( ZCIT).
As temperaturas entre o Atlântico Tropical Norte e o Atlântico Tropical Sul estão mais homogêneas, o que permite que a ZCIT fique próxima da sua posição climatológica normal.