Novos dados, que ingressaram no começo desta quinta-feira (11/4), reforçaram o alto risco de chuva volumosa a excessiva no Sul do Brasil durante os próximos dias. Os acumulados de precipitação tendem a ser muito altos em algumas áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, podendo atingir em poucos dias 100% a 200% da média histórica de chuva de abril todo.
Vários pontos ao longo da fronteira com o Uruguai e mais ao Sul do Estado não devem ter precipitação. Já nesta sexta-feira se espera chuva mais ampla, embora pontos mais ao extremo Sul gaúcho possam seguir sem precipitação. No fim de semana, uma área de baixa pressão vai reforçar ainda mais a instabilidade com chuva em todas as regiões do estado e que será localmente forte. A chuva aumentará ainda no Leste de Santa Catarina, devendo ser forte em alguns pontos e com elevados volumes. O começo da semana que vem reserva mais chuva. Isso porque uma frente fria associada a um centro de baixa pressão na região do Prata deve começar a ingressar no Rio Grande do Sul a partir do Oeste, trazendo mais precipitação.
A frente traz chuva mais volumosa na Metade Oeste na segunda. Na terça-feira, o sistema frontal cruza pelo Estado, trazendo mais água. A tendência, de acordo com a análise da MetSul Meteorologia, é que grande parte dos municípios gaúchos registre acumulados de chuva de ao menos 50 mm a 100 mm até a terça-feira, mas haverá pontos do território em que choverá muito mais. Diversos pontos podem passar de 100 mm e algumas áreas de forma mais localizada podem anotar índices pluviométricos tão extremos como acima de 200 mm. No Litoral Norte gaúcho e o Leste de Santa Catarina podem ser registrados acumulados excessivos a extremos de precipitação nos próximos dias.
O risco é válido para localidades situadas principalmente junto à Serra do Mar, uma vez que as precipitações devem ser de natureza orográfica com umidade do oceano avançando sobre o relevo e gerando intensas precipitações.Observa-se a tendência de áreas do Litoral Norte gaúcho e do Leste de Santa Catarina, principalmente perto e junto à encosta da Serra do Mar, terem chuva muito volumosa a isoladamente extrema com possibilidade de acumulados de precipitação por demais altos de forma muito isolada.Acumulados tão altos e mesmo extremos como os indicados pelos modelos numéricos para estas regiões por conta da precipitação orográfica oferecem um elevado risco para a população porque capazes de gerar alagamentos, inundações repentinas, queda de barreiras e mesmo deslizamentos de terra.
O modelo WRF inicializado com o modelo norte-americano é ainda mais agressivo em indicar volumes extremos no Litoral Norte gaúcho e em parte do Leste catarinense. Existe a possibilidade de o modelo estar superestimando os volumes, mas considerando o seu histórico em eventos de chuva orográfica a projeção merece ser vista com atenção.Outra preocupação é com níveis de rios. Uma vez que se espera chuva com volumes muito altos e mesmo localmente extremos há risco de cheias e enchentes. Determinar quais rios podem enfrentar cheias não é possível ainda no momento, mas o risco nos parece alto para bacias que têm nascentes ou cruzam as áreas do Alto Jacuí, Serra e o Planalto Médio.