Governo Federal reforça diálogo com agro brasileiro sobre tarifas dos EUA e busca mitigar impactos ao setor com diversificação de mercados
O Governo Federal promoveu, nesta segunda-feira (4), uma nova rodada de conversas com representantes do agronegócio. Durante a reunião do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, ministros e lideranças do setor discutiram, de forma articulada, medidas práticas para mitigar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, destacou os progressos alcançados até agora. Segundo ele, o Brasil conseguiu excluir 45% dos produtos exportados da taxação norte-americana. Outros 20% seguem incluídos na Seção 232, que trata todos os países de forma igual. Por outro lado, ainda é necessário trabalhar para reduzir ou eliminar as tarifas restantes, que afetam 35% das exportações.
Além disso, Alckmin ressaltou a importância da diversificação dos destinos comerciais. Nesse sentido, ele mencionou avanços significativos nas tratativas com a União Europeia e com o Reino Unido, onde barreiras sanitárias estão sendo superadas gradualmente.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo está elaborando um plano de contingência. Paralelamente, analisa mudanças em regulamentações internas para estimular o consumo doméstico de itens tradicionalmente voltados à exportação.
Além disso, o governo segue ampliando a inserção internacional do agro. Desde o início da gestão atual, quase 400 mercados foram abertos para produtos brasileiros. Como exemplo, Fávaro citou o pescado: o protocolo sanitário com o Reino Unido foi concluído, e agora o esforço é político e diplomático para oficializar a reabertura.
Enquanto isso, o Japão finalizou auditoria para habilitação da carne bovina, e há expectativa de avanço no processo. Já o Vietnã, que há mais de 20 anos era um mercado em negociação, abriu suas portas em março deste ano. Atualmente, duas plantas frigoríficas brasileiras já operam no país. Caso outras 15 a 30 sejam autorizadas, a presença brasileira poderá crescer consideravelmente na região.
Durante o encontro, o governo ouviu representantes de diferentes cadeias produtivas, como carnes, frutas, café, pescados, madeira, mel, móveis e curtumes. Também participaram os ministros da Casa Civil, Pesca e Desenvolvimento Agrário.
Dessa forma, o Governo Federal reforça seu compromisso com o diálogo constante, com o fortalecimento do setor agroexportador e com a construção de soluções que ampliem a competitividade internacional do Brasil.