Mercado do boi passa por ajuste e espera recuperação
O mercado do boi enfrenta ajuste natural, mantém fundamentos sólidos e deve recuperar preços com alta nas exportações no segundo semestre
O mercado do boi passa por ajuste natural, com expectativa de recuperação dos preços e aumento nas exportações brasileiras. Foto: Canva
O mercado do boi gordo tem enfrentado semanas de forte oscilação, especialmente após o anúncio de aumento de tarifas sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos. A medida trouxe apreensão entre os produtores e impactou diretamente os preços da arroba. No entanto, especialistas do setor apontam que o cenário atual representa um ajuste natural do ciclo pecuário, e não um colapso.
O setor passa por um momento de virada no ciclo, com sinais concretos de retomada. Após um longo período de abate de fêmeas, já há redução na oferta de bezerros. Isso deve levar à escassez de boi gordo nos próximos meses, o que tende a impulsionar os preços novamente.
Exportações em alta e desafios internos
Mesmo com o impacto inicial das tarifas, as exportações brasileiras seguem em ritmo acelerado. Em julho, o país registrou média de 12,3 mil toneladas de carne bovina exportadas por dia, um dos maiores volumes diários da história. Além disso, o Brasil tem ampliado seus mercados, com destaque para México, China e países da América do Sul.
Outro fator que reforça a competitividade da carne brasileira é o preço. Enquanto nos Estados Unidos a arroba ultrapassa os US$ 100, no Brasil gira em torno de US$ 55. Essa diferença mantém a proteína nacional entre as mais atraentes do mercado global.
No cenário interno, produtores enfrentam desafios como juros elevados, restrição ao crédito rural e impactos climáticos. As chuvas de junho, por exemplo, atrasaram o abate do gado, concentrando a oferta em julho e pressionando ainda mais os preços.
Apesar disso, a expectativa é positiva para o segundo semestre, período que tradicionalmente apresenta um aumento de até 20% nas exportações em relação à primeira metade do ano. Isso pode ajudar a reequilibrar a oferta e demanda no mercado interno.
O momento exige cautela, boa gestão e confiança. A pecuária brasileira continua sendo uma das mais promissoras do mundo, e é importante seguir produzindo com responsabilidade e foco no longo prazo.
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