Tuberculose bovina ameaça rebanhos e saúde humana transmitida por contato direto e consumo de alimentos sem inspeção.
A tuberculose bovina preocupa autoridades porque afeta rebanhos em todo o País e também ameaça a saúde da população. A transmissão ocorre tanto pelo consumo de carne, leite e derivados sem inspeção quanto pelo contato direto com animais infectados. Dessa forma, o Anffa Sindical reforça a importância da fiscalização oficial e do cumprimento das medidas sanitárias.
A doença é causada pela bactéria Mycobacterium bovis, de evolução crônica, que também acomete bubalinos. Além disso, provoca perdas relevantes à pecuária: queda na produção de leite, emagrecimento progressivo dos animais, eliminação de positivos e condenação de carcaças em abatedouros. Por isso, a adoção de medidas de controle sanitário é indispensável para reduzir prejuízos e proteger os rebanhos.
A infecção também pode ocorrer pelo contato direto com animais doentes. Nesse caso, veterinários, trabalhadores rurais, profissionais de frigoríficos e auditores fiscais estão entre os mais vulneráveis. A enfermidade pode evoluir para quadros clínicos graves, o que reforça a necessidade de vigilância contínua.
De acordo com Marcelo de Andrade Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a tuberculose atinge entre 0,16% e 9% dos rebanhos do País.
A prevalência é maior em sistemas de produção leiteira intensiva, já que a alta densidade populacional e certas práticas de manejo favorecem a disseminação da bactéria.
Segundo Patricia Santana Ferreira, diretora de Comunicação da Delegacia do Anffa Sindical no Distrito Federal e chefe da Divisão de Controle da Brucelose e da Tuberculose Animal do Mapa, o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal prevê testagem obrigatória, eliminação de animais positivos sob supervisão oficial, vigilância epidemiológica e saneamento.
Além disso, exige exames negativos antes da introdução de novos animais e testagem periódica dos rebanhos. Dessa forma, a adesão rigorosa às medidas, aliada à fiscalização, é fundamental para conter a disseminação.
O presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo, lembra que os auditores fiscais são essenciais para garantir a segurança da população. No entanto, esses profissionais também precisam ser protegidos contra a exposição.
Além disso, o sindicato reforça que o consumo responsável de carne, leite e derivados inspecionados é indispensável para preservar a saúde pública, assegurar a competitividade do agronegócio e manter a credibilidade do Brasil como fornecedor de alimentos seguros.