Alguns fatores devem ser observados pelos pecuaristas brasileiros em torno da produção a pasto, possibilidade de confinamento (também praça de alimentação), consumo de carne bovina, exportações e volume de fêmeas a ser abatido em 2024. As variáveis citadas, definem os valores a serem praticados até o final do ano.
As pastagens estão escassas no Centro-sul brasileiro, contudo, devemos ter um final de safra de pastos com maior oferta de animais. Não será como no último ano, mas deve aparecer e quando chegar os preços cedem.
Mesmo assim, número de abates de fêmeas devem ficar abaixo dos de 2023
Considere também um descolamento de preços de bois e fêmeas, o descarte deve ser presente em 2024, mesmo com a valorização do bezerro, agora estimado pelo Cepea/Esalq/USP entre R$ 2.110,00 a R$
2.136,00, base Mato Grosso do Sul. Também, elementos ligados ao confinamento, aquisição de gado magro e milho, estão favoráveis ao setor em 2024.
A participação de fêmeas deve ser menor neste ano, com números que devem ficar abaixo dos de 2023. De acordo com o Imea – Instituto Mato-Grossense de
Economia Agropecuária, com dados do Indea – Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso, o estado bateu recorde de produção de carne bovina em 2023, impulsionado pelo forte no abate de fêmeas.
Foram 6,16 milhões de bovinos enviados para o gancho, alta de 23,53% em relação a 2022. Todavia, o número de fêmeas abatidas subiu 40,57%, alcançou expressivos 2,81 milhões de cabeças ou 45,52% do
total. Um bom exemplo do último ano.
Dados econômicos atuais, Pesquisa Focus, do Banco Central, mostram melhoras relevantes para a população brasileira. A atualização semanal trouxe redução
da expectativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação nacional para o ano é esperada em 3,87%. Números da balança comercial também melhoraram, agora em US$ 75 bilhões, a taxa de
crescimento é mantida em 1,59%. O cenário descrito, mostra a possibilidade de maior consumo pela população e absorção de preços.
Na quinta-feira, 18/01, as escaladas recuaram de leve em São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão com 14 dias. Por outro lado, alcançou 16 dias de trabalho fabril no estado de Goiás. Apesar de alguma pressão nas ofertas da quarta-feira, em SP, MG, MS e MT, houve resistência e os preços voltaram aos patamares anteriores, mostrando estabilidade.
Sobre o autor
Fabiano Reis é jornalista econômico, especialista em Marketing rural e mestre em Produção e Gestão Agroindustrial. Editor de economia e agricultura do Canal do Boi, onde apresenta o programa AgriculturaBR.
É colunista econômico em diversos veículos de imprensa.
Professor universitário nos cursos de Administração e Comunicação Social.
Palestrante nas áreas de comunicação e agronegócio;
Apresentador de eventos e feiras.
Publicou os livros Reflexos sobre o nada nos mares do Pantanal, Life Editora, 2011 (livro poesias);
A interação da pecuária brasileira, Nelore MS, 2012;
Nelore: mostra a força de uma raça, Nelore MS, 2010;
O perfil do comércio varejista de carne bovina de Campo Grande-MS, dissertação de mestrado, UNIDERP, 2005;
Redação e revisão do livro Organização e Valor para Comércio Varejista de Carne, SEBRAE, 2004.