O Paraná é um farol para a mobilização rural, com participação decisiva das mulheres, e uma inspiração que ajuda a sustentar o Brasil como uma potência agroambiental. Essa foi a tônica da palestra da senadora e ex-ministra da Agricultura e Pecuária do governo Bolsonaro, Tereza Cristina, durante o Encontro Estadual de Líderes Rurais 2023, que contou com a participação de mais de 4,1 mil pessoas, sendo 70% do público formado por mulheres.
Tereza fez questão de relembrar que há 20 anos participou de uma turma de um curso sobre liderança rural na
Federação da Agricultura do Mato Grosso do Sul (Famasul), seu Estado natal. Da turma que se formou, ela se tornou ministra e senadora, além de outros produtores que passaram por cargos como governador e deputado. “Uma coisa que preciso dizer é que nosso farol, naquela época, já era a
FAEP e o SENAR-PR, que faziam e seguem fazendo a diferença desde então”, pontuou.
Desafios à imagem
A líder rural chamou a atenção para os avanços conquistados nas últimas décadas em relação à imagem do agro. “A população urbana sequer nos conhecia. Quando nos reconhecia, era para falar mal. Chegamos a ser chamados de os grandes caloteiros do Brasil. De lá para cá, fomos caminhando e fazendo a grande diferença do país, com as federações, a CNA, as comissões nas câmaras e assembleias e a Frente Parlamentar Agropecuária. Hoje, somos ouvidos e temos força graças a nossa união”, elencou.
Temas que estão em evidência nos últimos meses em relação ao campo fizeram parte da palestra da senadora, como o Projeto de Lei 1459/2022, aprovado recentemente no Senado, e que cria um marco legal para produção, comercialização e uso de agrotóxicos. Tereza também chamou a atenção para os debates ambientais, realizados no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28), que está ocorrendo em Dubai até o dia 12 de dezembro.
A questão ambiental, aliás, tem ocupado parte dos esforços na promoção de diálogos nas esferas legislativa, executiva e judiciária. A ex-ministra apontou a necessidade de se manter o alerta em nível máximo, já que são muitas as tentativas de desconstruir os arranjos que já deveriam estar pacificados. “Estamos cada vez mais usando energias renováveis, temos o melhor Código Florestal do mundo, um agronegócio entre os mais sustentáveis do planeta, mas precisamos mostrar que somos bons no que fazemos. O Brasil é uma potência agroambiental”, cravou Tereza.
Representatividade e união
As parcerias e relações próximas entre os diferentes grupos representativos do agronegócio foram citadas por Tereza como grande trunfo da cadeia produtiva. Para a senadora, esse tipo de união é a chave para seguir o caminho de avanços trilhado pelo agronegócio nas últimas décadas. “Quando fui chamada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para ser a ministra, liguei para Ágide Meneguette e pedi ajuda. Recebi todo o suporte, assim como também construímos juntos a aprovação do Paraná como área livre de aftosa sem vacinação”, citou a ex-ministra.
Para seguir uma trajetória de desenvolvimento, o caminho deve envolver os eixos do meio ambiente, do incentivo de jovens a se engajarem com as causas do campo e o fortalecimento das ações envolvendo as mulheres – ponto que tem feito grande diferença, na visão da líder rural.
“Nós podemos fazer a diferença no Paraná, no meu Mato Grosso do Sul, no Brasil e no mundo. Conto muito que as mulheres despertem na política para acharmos, junto com os homens, os melhores propósitos e caminhos para nosso país. Sou fã do Paraná e sempre digo: quando o Mato Grosso do Sul crescer, vai ser igual ao Paraná”, finalizou.
Homenagem à ex-ministra
Logo após a palestra, o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, subiu ao palco para entregar uma homenagem à Tereza Cristina. Como símbolo do reconhecimento ao trabalho da ex-ministra, o líder rural paranaense entregou um quadro que retrata uma paisagem rural, repleta de araucárias, planta-símbolo do Paraná. “Quero dizer que nós todos estamos com saudade da senhora como ministra”, registrou Meneguette.