Não é uma conquista fácil, ainda há muito a avançar, mas, passo a passo, a participação feminina no agronegócio se mostra mais relevante. Hoje, a cada dez chefes de fazenda, duas são mulheres, segundo dados do Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A participação feminina é ainda maior quando somadas as que administram o estabelecimento agropecuário junto ao esposo, pai ou irmão, chega a 34,75%, o que representa mais de 1.7 milhão de mulheres chefiando a produção de alimentos no País.
Este é o caso da Michelle Rabelo de Morais, que é gestora da Fazenda CBM, localizada em Brasilândia de Minas (MG). Com 38 anos de idade e à frente da propriedade, a produtora foi vencedora do Prêmio Mulheres do Agro 2020, na categoria Média Propriedade, e integra o time de Embaixadoras da iniciativa. Em sua trajetória, Michelle passou por diversos desafios, mas tem conquistado, cada vez mais, o seu espaço. "Me orgulho do trabalho que tenho desenvolvido na gestão da fazenda e entendo que o debate sobre a maior participação da mulher na agropecuária tem como pilar: o nosso amor-próprio - a valorização do protagonismo feminino dentro do setor, principalmente em sustentabilidade e inovação - e o reconhecimento da nossa importância de maneira igualitária", destaca a administradora que lida com pecuária de corte, apostando na cria, recria e engorda, além de ter começado a investir em floresta de eucalipto há cinco anos.
A participação feminina no setor também é destacada pela pesquisa da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), divulgada em 2017. Dados do estudo mostram que 45% das mulheres que trabalham no agronegócio, declararam que já sofreram preconceito motivado por questões de gênero. Tatiele Dalfior Ferreira, que comanda o Sítio Oriente, localizado em Governador Lindenberg, no Espírito Santo, reforça a importância que a sociedade entenda o poder de transformação da mulher no mercado. "Quando se trabalha em um ambiente em que as pessoas são respeitadas por serem quem são, as chances são maiores delas se sentirem motivadas e capazes de desempenhar o seu melhor", comenta.
A jovem, de apenas 31 anos, lidera a gestão da fazenda, que foi fundada há 28 anos, é uma das vencedoras da 3ª edição do Prêmio Mulheres do Agro - na categoria Pequena Propriedade. Orgulhosa da trajetória da família, que se baseia na pecuária bovina e no café, Tatiele transformou os avanços tecnológicos em aliados à produção sustentável. "Faço questão de divulgar todas as boas ações que as mulheres fazem, todos os dias, no agro, além de, sempre, incentivar agricultoras a contarem suas histórias. Com esta união, estamos ganhando força e fazendo a diferença na gestão das lavouras brasileiras. Estas produtoras, sem dúvida, são uma grande inspiração para quem está começando em cenários majoritariamente masculinos. Os desafios existem, mas é essencial se manter confiante e não desistir no primeiro obstáculo", incentiva a capixaba.
Prêmio Mulheres do Agro
Neste cenário, pensando na promoção de produtoras rurais brasileiras que fazem a diferença no campo, a Bayer, em parceria com a ABAG, há quatro anos realiza o Prêmio Mulheres do Agro. O tema da iniciativa é Gestão Inovadora e reconhece projetos voltados para as boas práticas agropecuárias e gestão sustentável com foco nos pilares econômico, social e ambiental. São premiadas as candidatas que ficam nas três primeiras colocações de cada categoria (pequena, média e grande propriedade), o que significa um total de nove mulheres reconhecidas. Para a edição desse ano, as interessadas devem se inscrever através do site http://www.premiomulheresdoagro.com.br até o dia 20 de agosto de 2021. As vencedoras serão anunciadas durante o 6º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio , que terá formato digital em 2021, e será realizado entre 25 e 27 de outubro. Desde sua primeira edição, mais de 550 produtoras já se inscreveram na iniciativa, que já premiou 27 produtoras de várias regiões do Brasil.
Sobre o Prêmio Mulheres do Agro
O Prêmio Mulheres do Agro é uma iniciativa idealizada, em 2018, pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e pela Bayer, para valorizar a importância do trabalho realizado pelas produtoras rurais, incentivando cada vez mais a gestão inovadora de mulheres no setor. O prêmio tem como tema Gestão Inovadora e reconhece empreendedoras rurais de pequenas, médias e grandes propriedades que seguem boas práticas agropecuárias e gestão sustentável com foco nos pilares econômico, social e ambiental como: uso racional de recursos naturais, aumento da eficiência da produção com gestão inovadora, projetos que permitam o desenvolvimento social da comunidade ou colaboradores da propriedade, bem-estar animal e valorização do capital humano.