Iniciativa conjunta visa enfrentar desigualdades estruturais nos territórios rurais brasileiros com foco em inclusão, tecnologia e protagonismo feminino
A Embrapa e a ONU Mulheres formalizaram, no dia 16 de abril, uma importante aliança para institucionalizar a perspectiva de gênero nas políticas públicas de agricultura. A assinatura da carta de intenções ocorreu na sede da Embrapa, em Brasília (DF), com a presença de lideranças femininas de diversas áreas. O objetivo é desenvolver ações que combatam desigualdades no meio rural por meio do conhecimento científico, tecnologias sociais e articulações estratégicas.
A parceria visa garantir políticas públicas que considerem o papel central das mulheres na produção de alimentos, promovam o acesso equitativo a tecnologias sustentáveis e fortaleçam a presença feminina nos espaços de decisão, arranjos produtivos e cadeias de valor. O acordo também inclui ações voltadas à capacitação de lideranças femininas e à formação de pesquisadoras.
Durante a cerimônia, a diretora de Administração da Embrapa, Selma Beltrão, definiu o documento como uma verdadeira “carta de navegação” rumo à concretização de ações. “É muito bom contarmos com a experiência da ONU Mulheres na luta pelos direitos e igualdade das mulheres, além das ferramentas para formação e fortalecimento de lideranças”, afirmou.
Ana Euler, diretora de Inovação da Embrapa, reforçou que a agenda de gênero foi um compromisso assumido com o Conselho de Administração da empresa. Ela destacou o programa Mulheres Rurais Produtoras de Bem Viver e os esforços para desenvolver um programa estruturado de pesquisa e inovação com esse recorte. Ana também conduziu a mesa-redonda “Inclusão Socioprodutiva para Mulheres no Campo, das Águas, das Florestas, das Cidades e das Ciências” após a solenidade.
A aliança fortalece a atuação do Observatório das Mulheres Rurais do Brasil, que reúne dados e estudos sobre a realidade das mulheres no campo, nas águas e nas florestas. Estão previstas ainda formações para lideranças femininas, capacitação interna na Embrapa e cooperação internacional com foco na inclusão socioprodutiva e digital.
A ONU Mulheres oferecerá suporte metodológico e técnico em projetos com mulheres indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultoras familiares. A parceria também inclui ações voltadas à participação na COP 30 (Conferência da ONU sobre o Clima), que acontecerá em Belém.