A área semeada com milho no Rio Grande do Sul avança e já alcançou 55% da projeção de cultivo, segundo levantamento semanal da
Emater/Ascar-RS.
As lavouras estão na fase de germinação e de desenvolvimento vegetativo. A semeadura nas áreas produtoras localizadas no oeste, noroeste e norte do estado estão sendo finalizadas. Já nas áreas mais ao sul, nordeste gaúcho e na região central, o plantio foi prejudicado devido às chuvas, que ocasionaram o encharcamento e excesso de umidade no solo. Essas condições inviabilizaram o trânsito de maquinário agrícola e, em alguns casos, afetaram negativamente a germinação das sementes.
Na Fronteira Oeste, em alguns municípios onde as chuvas foram menos volumosas, foi possível realizar tratos culturais importantes, como aplicações de fertilizantes nitrogenados e a pulverizações para controle de plantas daninhas e de cigarrinha.
Em Alegrete, o plantio foi concluído, mas o produtor está de olho no clima e no processo de germinação e estabelecimento das lavouras. Em Manoel Viana, os produtores estão utilizando aviação agrícola para a aplicação de fertilizantes em cobertura e para as dessecações nas áreas onde não é possível o trânsito de máquinas em razão da alta umidade do solo. Já se observa boa reação no desenvolvimento das plantas, apesar do estresse causado pela umidade excessiva, falta de radiação solar e incidência de ventos fortes.
Em São Borja, nas áreas onde o acumulado de chuva foi bastante elevado e houve falta de luminosidade é possível observar o enfraquecimento da estrutura de brotos, ramos e plantas com coloração amarela e branca.
Em Caxias do Sul, as lavouras apresentam boa germinação, porém o desenvolvimento inicial está muito lento em função da baixa luminosidade, ocasionada por dias nublados e chuvosos. Em Frederico Westphalen, o milho apresenta um desempenho inicial adequado. As lavouras já estabelecidas estão submetidas à grande pressão de cigarrinha e, em muitos casos, de lagarta. Em Ijuí, foram observados alguns dias quentes que colaborou para o desenvolvimento das plantas e a umidade de solo adequada permitiu a aplicação da adubação nitrogenada em cobertura. A maioria dos produtores opta pelo parcelamento, em duas vezes, da dose recomendada em cobertura: a primeira quando o milho está no estádio V3, e a segunda em V6.
Em Santa Maria, por causa dos altos volumes de chuva algumas lavouras semeadas não uniformizaram a germinação, o que provocou o apodrecimento das sementes. Essa situação tem ocorrido em muitos municípios, como em São Vicente do Sul.
Em Santa Rosa, ocorre a aplicação de adubação e a reaplicação de nitrogênio. Os grandes volumes de chuvas e as diversas aplicações de inseticidas contribuíram para a redução do ataque de cigarrinha, mas ainda há preocupação com a doença do enfezamento, disseminada pelo inseto.
Em Soledade, algumas áreas recém-semeadas apresentaram problemas de emergência devido à formação de crostas de solo na linha de semeadura, causada pelas fortes chuvas. De maneira geral, as lavouras estão bem estabelecidas.
Para a Safra de milho 2023/2024, projeta-se cultivo de 817.521 hectares com o cereal. A produtividade prevista é de 7.414 kg/ha.