Oferta argentina pressiona prêmio do milho brasileiro no mercado externo
Negociações antecipadas da Argentina reduziram a competitividade do milho do Brasil na exportação com diferença de até US$ 10 por tonelada

Milho argentino mais barato impacta diretamente os prêmios pagos ao produto brasileiro. Foto: Canva

A maior oferta de milho argentino para exportação, motivada pela intenção de aproveitar a janela comercial antes do retorno das tarifas de exportação (retenciones) em 1º de julho, pressionou os prêmios pagos ao milho brasileiro. Segundo análise da TF Agroeconômica, havia ofertas argentinas até 30 cents por bushel mais baratas do que as brasileiras, o que equivale a aproximadamente US$ 10 por tonelada de diferença.
A competitividade do milho brasileiro no cenário internacional foi diretamente afetada por essa movimentação. Em um mercado altamente sensível ao custo logístico e à variação cambial, essa diferença nos prêmios pode ser decisiva para a escolha dos importadores.
Além disso, os preços do milho FOB argentino para agosto subiram para US$ 168/t, enquanto no Brasil o milho estava cotado a US$ 209/t FOB Santos. Já nos Estados Unidos, o milho fechou a US$ 202/t, mostrando que o produto brasileiro ainda enfrenta barreiras para competir em termos de preço, especialmente diante da concorrência sul-americana.
A TF Agroeconômica observa que, embora o Brasil tenha capacidade de abastecimento, as exportações ainda não ganharam tração em 2025. Para que os preços internos se recuperem, é fundamental que a demanda externa se intensifique nos próximos meses.
