Lockdown na China e concorrência no Brasil ajudaram a agravar a situação
A cotação de dezembro fechou em queda de 1,01% ou $ 7,0/bushel, a $ 682,75. A cotação para março 2023, início da nossa safra de verão, fechou em queda de 0,97% ou $ 6,75 bushel a $ 689,50.
O mercado de milho fechou em queda, pressionado pelos temores de desaceleração econômica mundial, que poderá afetar a demanda, pelo novo lockdown na China após as festas anuais e a forte concorrência do Brasil. Além disso, os problemas de escoamento do Rio Mississipi afetam as exportações americana e o avanço da colheita, que aumenta a oferta.
Os dados de inspeções semanais do USDA tiveram 448.423 toneladas de embarques de milho para a semana encerrada em 13/10. Isso foi semelhante a 457k MT na semana passada, mas caiu acentuadamente em relação aos 1,05 MMT enviados durante a mesma semana do ano passado. México e China foram os principais destinos da semana – cada um com +140k MT. A remessa total MY atingiu 3,29 MMT, em comparação com o ritmo de 4,17 MMT da temporada passada.
A Bolsa de Comércio de Rosário da Argentina observou que o ritmo de plantio de milho no início de 22/23 está atrasado nos últimos 6 anos. Eles estimam que apenas 10% da área esperada do país será a safra inicial, uma baixa de 10 anos.
FUNDOS APOSTAM NA ALTA DO MILHO
Desde maio passado, os operadores de fundos agrícolas liquidaram posições tanto em soja e milho – em linha com uma fase generalizada de venda de commodities por grandes fundos corporativos –, a partir de agosto começaram a adicionar “apostas de alta” no milho enquanto continuavam a perder “compraram" posições em soja. Ao analisar o balanço de oferta e demanda de ambas as safras nos EUA, os movimentos díspares dos gestores de fundos agrícolas não parecem fazer muito sentido, pois é a soja que apresenta o quadro mais apertado e não o milho (que aliás, está a caminho de enfrentar a concorrência do grão brasileiro no principal mercado da China, o que representa um potencial fator de baixa para o milho dos EUA). De qualquer forma, o milho tem sólidos fundamentos altistas que podem empurrar o valor do grão para a “estratosfera”, como uma intensificação do conflito russo-ucraniano que impede a saída do produto dos portos do Mar Negro e uma eventual falha climática da safra argentina.