Mercado do milho segue travado em várias regiões do país com queda nos preços e expectativa pela safrinha
Entre escassez, queda de preços e baixa liquidez, o mercado de milho apresenta cenários distintos nos principais estados produtores

Mercado de milho segue com oferta limitada e negociações lentas em várias regiões do país. Foto: Canva

De acordo com a TF Agroeconômica, o mercado de milho nas principais regiões produtoras do Brasil apresenta dinâmicas distintas para o início de 2025.
No Rio Grande do Sul, mais de 95% da safra de verão já foi comercializada, resultando em oferta cada vez mais escassa. A comercialização está concentrada entre produtores mais capitalizados, dificultando o acesso ao grão para as indústrias locais. A maioria das fábricas assegurou o abastecimento para maio e agora se prepara para os meses de junho e julho, quando é esperada a entrada da safrinha.
Apesar de avanços nas negociações com cooperativas, que ajudaram a recompor estoques e aliviar a pressão sobre preços, o mercado permanece apertado, com vendedores firmes e compradores dispostos a pagar mais para garantir o produto. Os preços no interior do estado oscilam entre R$ 66,00 e R$ 70,00 por saca, com valores variados conforme a região.
Em Santa Catarina, mesmo com uma redução de mais de 13% na área plantada, a produção cresceu mais de 23% devido a um significativo aumento da produtividade, com rendimento médio alcançando 9.717 kg/ha — o maior já registrado no estado. Algumas áreas do Meio-Oeste ultrapassaram 13.000 kg/ha. Apesar disso, o mercado segue travado pelo preço, com baixa liquidez e distanciamento entre as expectativas de produtores e compradores, dificultando as negociações em várias regiões.
No Paraná, o mercado de milho enfrenta baixa liquidez e oscilações pontuais nos preços, refletindo uma demanda enfraquecida e ritmo lento de comercialização.
Os preços variam entre R$ 59,36 e R$ 61,46 por saca, dependendo da região. A expectativa é que a proximidade do fim da colheita da soja impulsione maior movimentação nas próximas semanas.
No Mato Grosso do Sul, a oferta restrita e a expectativa pela safrinha mantêm o mercado de milho lento, com baixa liquidez nas negociações.
Os preços variam entre R$ 56,00 e R$ 60,00 por saca conforme as localidades, com agentes atentos à evolução da segunda safra que deve trazer maior oferta em breve.
Em Goiás, a tendência de queda nos preços persiste, refletindo oscilações e incertezas nos centros produtores. Mesmo assim, o mercado começa a mostrar sinais de reação com o avanço da primeira safra, que está sendo absorvida pelas unidades de beneficiamento. Já há também uma demanda inicial pelo milho da segunda safra, apesar da oferta ainda restrita.
Por fim, em Minas Gerais, os preços do milho apresentaram queda significativa em algumas regiões, refletindo a cautela do mercado diante das incertezas climáticas e da indefinição sobre a área plantada para a safrinha.
Mesmo com esses recuos, os valores permanecem estáveis, sustentados pela demanda constante da indústria de rações.
