Mercado do milho opera em queda por clima favorável e safra cheia

Os contratos de milho negociados em Chicago operam com perdas de 1 a 2 pontos na manhã desta terça-feira, cotados a US$ 4,31/julho. Ontem, os preços já haviam recuado significativamente, entre 9 e 11 pontos. Essa baixa ocorre diante da perspectiva de clima favorável às lavouras nos campos do Meio-Oeste americano e com o avanço das negociações comerciais entre China e EUA.

Na BMF (Bolsa de Mercadorias e Futuros), a posição julho trabalha em R$ 63,70, abaixo do fechamento anterior de R$ 64,20. A posição setembro está em R$ 64,60, ante R$ 65,03.

De acordo com a Granoeste Corretora, o mercado é pressionado pelo bom desenvolvimento das lavouras nos EUA, além da perspectiva de uma safrinha cheia aqui no Brasil. A média das projeções de analistas ouvidos por agências de notícias aponta que a produção norte-americana deve se situar em 401,2 milhões de toneladas (MT), um número ligeiramente abaixo do estimado em maio.

O plantio da safra de milho nos EUA está praticamente finalizado, atingindo 97% segundo o USDA, superando os 94% de um ano atrás e igualando a média histórica de 97%. Em relação à qualidade, 71% das áreas são consideradas boas/excelentes; 24% regulares; e 5% ruins/muito ruins. Houve uma melhora de dois pontos percentuais ao longo da semana. No mesmo período do ano passado, os índices eram, respectivamente, 74%, 21% e 5%.

O mercado também se posiciona para receber o relatório de oferta e demanda de junho. Analistas avaliam que haverá alguma redução na produção, mas o número deve ainda ficar acima de 400,0 MT. Os estoques também devem cair, respondendo à forte demanda. Para o Brasil, o mercado aposta em elevação das estimativas de colheita, para algo como 131,5 MT.

O mercado do grão registra quedas impulsionadas pelo bom andamento das safras nos EUA e pela expectativa de uma safrinha farta no Brasil. Foto: Canva

Segundo o Imea, a comercialização de milho da temporada 2024/25 no Mato Grosso atingiu 51,1%, superior aos 43,1% de maio e 36,2% da temporada anterior. Para a safra seguinte, 2025/26, 5,8% já foi negociado, contra 2,9% do mesmo período no ano passado.

No oeste do Paraná, as indicações de compra variam entre R$ 58,00 e R$ 62,00. Em razão da baixa disponibilidade e do atraso na colheita, o produto disponível ainda conta com preços melhores. Além do período de embarque, a formação do preço depende do prazo de pagamento e do local de embarque.

Neste momento, o câmbio opera em leve queda, a R$ 5,55. Na sessão anterior, fechou em R$ 5,561.