As indústrias integradas suinícolas do Rio Grande do Sul pediram à Superintendência Federal do Ministério da Agricultura no Estado a lotação de um fiscal federal agropecuário na aduana de Porto Mauá, no Noroeste do Estado. Com 27 quilômetros de margem com o Rio Uruguai, o município que faz fronteira com a cidade argentina de Alba Posse, pode se tornar um importante canal para a importação de milho dos países vizinhos.
Além da já consolidada necessidade de o RS importar milho, pois sua produção não atende à demanda, o pedido respalda-se na frustração das três últimas safras de milho devido à estiagem. E, mesmo que a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2023/2024 indique colheita superior a 6 milhões de toneladas, Kerber assegura que as compras do cereal importado, neste ano, serão de, no mínimo, 1,5 milhão de toneladas.
A perspectiva de oferta nos países vizinhos ganhou respaldo no relatório de janeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). Em documento divulgado na última semana, a autarquia elevou a projeção da produção argentina de 48 milhões de toneladas para 50 milhões de toneladas de grãos. "As empresas já estão trabalhando com olhar na importação de suprimento de lá", diz.
A produção paraguaia também foi revisada para cima, subindo de 10 milhões de toneladas para 10,3 milhões de toneladas de grãos neste ciclo.. Atualmente, a matéria-prima para fabricação de ração que desembarca no RS vem do Paraguai. Mas há projeção de adquiri-la também do Brasil Central, já que nem toda a safra gaúcha é destinada à alimentação animal. A colheita de milho no Estado ganhará velocidade a partir da segunda quinzena de fevereiro.