Aumentar a área de produção do milho e trabalhar na busca da autossuficiência do grão no Estado, que necessita atualmente de mais de 1 milhão de toneladas para suprir a demanda interna.
A abertura acontece no Parque da Expodireto, às 9h, no palco localizado na Área Central, próximo das bandeiras. Esse foi o destaque principal da palestra do corretor Dirceu Thomasio, responsável pela área de milho da JF corretora, durante a 13ª edição do Fórum do Milho, realizada na tarde de 7 de março na Expodireto Cotrijal 2022.
Para começar a resolver o problema de abastecimento é preciso, inicialmente, conforme Thomasio, aproveitar melhor os 800 mil hectares de área e melhorar os tetos produtivos, a partir do uso de tecnologia, evolução genética e cobertura de solo. “É o mais prático, porque o produtor de milho aceita bem a tecnologia”. Em segundo lugar, o corretor afirma que é preciso crescer e evoluir com as áreas irrigadas.
Thomasio disse ainda que percebe, no dia a dia, a frustração do produtor ao plantar o grão e sonhar com o preço que ele deseja para sua produção. “O fato é que o mercado é regido pelos mercados interno e externo. Como nossa produção no RS é muito pequena, no período de safra há uma distorção na oferta e demanda. Aí vem a frustração do produtor, que não entende como o preço da cooperativa ou da cerealista, onde ele guardou seu produto, não atende às suas expectativas”.
Segundo ele, ao receber o produto, a indústria ou as cooperativas, como regra geral, vão acomodar os preços conforme as oscilações do mercado. Também é necessário que não se passe a imagem de que o milho aceita qualquer preço. “É preciso focar no aumento da produção, porque a quantidade que for excedente acaba sendo absorvida pelo mercado externo. Só não podemos esquecer os custos, senão perdemos competitividade”. Nesse caso, Thomasio ressaltou que os produtores devem estar cientes de quanto o grão custa no mercado externo e quanto conseguem produzir.
Fundamental para o sistema de produção
No que se refere à produção, o professor Bernardo Tisot, do INCIA, ressaltou que alternar as culturas em uma mesma área ao longo do tempo é uma prática de manejo fundamental para garantir o aumento da produção e produtividade por meio do melhoramento das propriedades.
Tisot destaca benefícios importantes da rotação que inclui a cultura da soja e do milho, como o controle de doenças, de pragas e ervas daninhas, maior proteção do solo e reciclagem de nutrientes, além do aumento de produtividade em ambas as culturas.
“O milho tem uma importância gigante no sistema de produção e quando é bem plantado, se consegue alta produtividade. Temos uma grande chance com o milho de produzir mais, utilizando um sistema equilibrado e principalmente mais sustentável, com foco em processos, conhecimento e planejamento”, destacou o professor.
A cultura do milho como fator de melhoria na qualidade do solo também foi apontada pelo pesquisador Tiago Hörbe, que destacou ainda a irrigação e o planejamento na propriedade na busca de uma maior produtividade. “O milho nos ensina a plantar a soja e é preciso pensar a propriedade ao longo dos anos para que se tenha, realmente, uma produtividade eficiente em todos os setores”, afirmou.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Expodireto Cotrijal