INÍCIO AGRICULTURA Milho

Clima extremo preocupa Aprosoja e pode afetar a safra de milho

Fernando Cadore, presidente da entidade no MT, está preocupado com a necessidade de alguns alguns produtores precisarem fazer replantios e reduzir área de milho

O produtor do Mato Grosso vai ser afetado drasticamente pelas mudanças no clima. É que a falta de chuvas e o calor extremo têm provocado prejuízos nas lavouras de soja no Estado, com perdas de produtividade, necessidade de replantios e comprometimento da janela de semeadura do milho. Segundo o presidente da Aprosoja/MT, produtores já afirmam que vão reduzir a área destinada para o cereal e há também agricultores que não vão semear a cultura na safra 2023/2024.
"As condições das lavouras preocupam. De acordo com o Imea, a semeadura da soja alcançou 91,82% nesta sexta-feira (10) e está 3,69 pontos percentuais atrasados em relação à média dos últimos cinco anos", afirma. Segundo ele, isso traz muita preocupação, muita angústia, uma vez que o desenvolvimento é complexo, o produtor fica inseguro da própria comercialização e dos próprios investimentos. "É com muita apreensão que a gente traz esses relatos e torcendo para que venha uma chuva para melhorar as condições das nossas lavouras”, destaca.

Fernando Cadore, presidente da Aprosoja/MT
Fernando Cadore, presidente da Aprosoja/MT

Faltando pouco mais de 40 dias para encerrar o período de semeadura, que vai até 24 de dezembro, a Fazenda Galera, em Conquista D’Oeste, por exemplo, ainda não iniciou o plantio. Mais de 80% da área já havia sido semeada até o dia 1º novembro do ano passado, de acordo com o agrônomo da fazenda, Leonardo Marasca.

Eu vou plantar 30% do normal que eu planto, vamos ver o que vai acontecer para frente, mas é só 30%, no máximo. A janela para semear o milho não fecha mais
Oleonir Favarin, produtor rural do MT

A semeadura do milho já foi descartada e o grupo já prevê a necessidade de ir ao mercado para comprar milho para alimentar os bois em confinamento. “Os pedidos de semente de milho que a gente tinha já foram cancelados. O impacto é muito grande. Vamos ter que buscar no mercado um milho provavelmente com preço mais alto para suprir a demanda. Hoje ficou inviável a produção de milho aqui na fazenda, a gente não vai plantar, infelizmente”, afirma Marasca.


Já o produtor Oleonir Favarin, da Fazenda Flor de Lis, em Santo Antônio do Leste, relata que iniciou o plantio com 20 dias de atraso em relação à safra passada. Porém, de 300 hectares semeados, ele precisou replantar 120 hectares, pois alguns talhões ficaram cerca de 20 dias sem chuvas. A área destinada para o milho será reduzida em 70%.


“Eu vou plantar 30% do normal que eu planto, vamos ver o que vai acontecer para frente, mas é só 30%, no máximo. A janela para semear o milho não fecha mais”, afirma o produtor.


Quem também deve reduzir a área do cereal é o produtor Ronan Poletto, da Fazenda Juliana, em Sorriso, que iniciou o plantio da soja com 10 dias de atraso. Em razão do clima atípico, Poletto prevê uma redução de 15% a 20% na produtividade. Ele relata que na safra anterior colheu 64 sacas de soja por hectare e espera colher apenas 55 sacas nesta safra.


“Nesse ano, se a gente conseguir 55 sacas de soja seria um feito histórico. Já o milho, os últimos talhões, vão ficar no risco, não vai produzir 100%. Também temos uma área em Itanhangá e vamos reduzir a área de milho em 40%. Está muito tarde, não adianta arriscar, é arriscar para perder. Numa época dessa, o melhor é perder menos, arriscar menos”, afirma Poletto.

Fernando Cadore, presidente da Aprosoja/MT

Lavouras podem ter redução de 15% a 20% na produtividade no Mato Grosso

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“Preocupante...” - Autor: Jair Reinaldo dos Santos

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