O Bank Of America (BofA) divulgou relatório com as preferências de investidores norte-americanos, após reunião realizada na última semana para discutir as tendências gerais do setor de agronegócio, alimentos e bebidas (AeB) da América Latina. Segundo o relatório, o posicionamento dos investidores é geralmente pequeno nestes setores, principalmente em alimentos e bebidas, devido ao impulso desinteressante dos ganhos de curto prazo (inflação de custos, ambiente de consumo fraco) com sinais limitados de um ponto de inflexão.
O relatório aponta que as opiniões dos investidores sobre SQM são mistas, com uma visão geral positiva sobre os preços do lítio no curto prazo, mas as discussões sobre oferta e demanda de longo prazo permanecem. Já a Raízen é vista como atraente com uma história de crescimento convincente no agronegócio, mas alguns investidores querem ver as plantas E2G concluídas para avaliar melhor o risco de execução, enquanto o interesse na SLC Agrícola se deve ao impulso dos lucros. Para o BofA, os investidores norte-americanos parecem estar subponderados em proteínas brasileiras, a saber, JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS).
“A maioria concorda com nossa preferência relativa pela JBS e acredita que a avaliação é atraente com ~20% de rendimento FCF em 2022. No entanto, isso foi parcialmente compensado por preocupações com as margens de carne bovina dos EUA e como um ambiente de consumo potencialmente mais fraco nos EUA poderia afetar os preços da carne bovina”, aponta o relatório. O relatório diz ainda que, apesar do momento de ganhos potencialmente melhor para Minerva, dado um ciclo de carne bovina mais positivo no Brasil, a liquidez das ações é um problema.
Na BRF, os investidores continuam preocupados com o ambiente de consumo, recuperação de margens e alavancagem. A Marfrig, que detém 33% de participação na BRF, também foi afetada, devido às preocupações semelhantes vistas com a JBS sobre as margens de carne bovina dos EUA.
Sobre a Ambev (ABEV3), no geral, os investidores norte-americanos acreditam que o impulso dos lucros não é empolgante em 2022-23. “Devido ao ambiente de consumo fraco, principalmente no Brasil, e às pressões de custo de alumínio e grãos. Além disso, o risco de concorrência com a Heineken continua sendo parte do debate”, diz o relatório.
Fonte: Money Times