Este ano, de janeiro a julho, os Portos do Paraná movimentaram pouco mais de 5,5 milhões de toneladas de fertilizantes. O volume representa aumento de 5% em comparação com o mesmo período de 2019, quando 5,2 milhões de toneladas de adubo foram importadas. Os principais produtos que chegam pelos portos de Paranaguá e Antonina são cloreto de potássio (MOP), ureia, MAP (fosfato monoamônio); sulfato de amônio e complexos NPK.
Apesar de ser um produto bastante comum, movimentado desde o início das operações do segmento nos portos paranaenses, o nitrato de amônio representa apenas 3,5% do total dos fertilizantes importados.
“Nunca tivemos nenhum problema relacionado a essa substância. A autoridade portuária, assim como os terminais, operadores e armazéns, atuam com os devidos planos de segurança atualizados”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “Especificamente em relação ao nitrato de amônio, quem trabalha com o produto segue uma rígida rotina de fiscalização e prestação de contas impostas pela Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), ligada ao Exército Brasileiro”.
Garcia ainda lembra que a mão de obra utilizada, tanto na faixa portuária quanto nos terminais e armazéns, nas operações dos granéis de importação é extremamente qualificada. “As empresas, assim como o Órgão Gestor da Mão de obra avulsa (OGMO), sempre oferecem curso e capacitação”, diz.
PRODUTO - Nos sete primeiro meses do ano, foram importadas 207.860 toneladas de nitrato de amônio pelos portos de Paranaguá e Antonina. Em 2019, no mesmo período, foram 299.407 toneladas movimentadas. A principal origem do produto é a Rússia.
Operam o produto, nos portos do Paraná, quatro empresas. Segundo a Diretoria de Operações, são 11 armazéns credenciados (pela autoridade portuária e pelo Exército) para receber nitrato de amônio.
“É um produto controlado pelo Exército, que inspeciona os armazéns, e apenas com esta liberação é que credenciamos os armazéns para receber o produto”, afirma o diretor de Operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior.
CUIDADOS – Segundo os operadores de fertilizantes do Porto de Paranaguá, para trabalhar com o nitrato de amônio as empresas devem solicitar à DFPC um certificado especial de registro (CR). Para fornecê-lo, a instituição orienta ajustes e adequações que vão desde a construção dos armazéns, segurança do produto (para impedir desvio ou roubo), armazenagem até o treinamento do pessoal.
São inúmeros os itens verificados, antes de aprovar a concessão. Mesmo com o registro, a cada importação, o Exército é notificado e emite uma licença específica, após avaliar a situação documental. Antes mesmo da atracação do navio, o Exército deve ser notificado sobre o local para onde a carga que chega será levada e armazenada.
Mesmo para um curto trajeto, do cais até o armazém, o caminhão que transporta o produto também deve ser certificado. No Porto de Paranaguá, estes veículos e os respectivos motoristas são capacitados especificamente para esse transporte e recebem, também do Exército, um selo de identificação.
“Para cada nota fiscal que emitimos para esse transporte, é emitido uma guia de tráfego que também leva um selo, que é controlado via sistema pelo DFPC”, explicam os representantes do setor. O rastreamento de cada lote que chega é conferido pelos representantes do Exército, no próprio armazém, ao final da descarga.
“Seguimos rigorosamente todas as exigências do Exército e da autoridade portuária. Trabalhamos, nos mínimos detalhes, pensando em prevenção e redução de todos os riscos”, garantem os operadores. Além disso, no cais, os equipamentos que operam o nitrato de amônio passam por checagem (elétrica e mecânica) a cada duas horas; nas demais operações, isso ocorre a cada turnos de seis horas.
Enquanto estão nos armazéns, o produto é acomodado entre paredes de concretos, em boxes iluminados com lâmpadas frias, devidamente identificados, com controle de acesso, avisos de segurança e pessoal devidamente treinado.
SEGMENTO - Segundo o Ministério da Economia, considerando os dados fechados de 2019, considerando o segmento, como um todo, o Porto de Paranaguá é a principal porta de entrada dos fertilizantes, entre os porto brasileiros. No ano passado, foram importadas quase 9 milhões de toneladas pelos terminais paranaenses. O volume representa cerca de 30% do total importado pelo país.