Cerca de duas mil pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram, na madrugada de sexta-feira (8), uma fazenda localizada no município de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Os invasores também ocuparam dois imóveis de alvenaria da fazenda, além de cortarem árvores para a instalação de barracas.
A Polícia Militar acompanha o caso desde o início. Ninguém foi preso e não houve manifestação dos donos da terra.
De acordo com líderes do grupo, a invasão ocorreu porque a fazenda não cumpre sua função social e seria improdutiva.
O movimento iniciou uma campanha de críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma suposta lentidão no andamento da reforma agrária no país.
Cobrança
Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, outro grupo de mulheres do MST promoveu uma marcha e a invasão da sede do governo. Elas exigiram uma reunião com a governadora Fátima Bezerra (PT) e foram recebidas no final da tarde de sexta-feira (8).
Uma carta com reivindicações, principalmente de liberação de áreas públicas para a instalação de assentamos, foi entregue à governadora. Fátima Bezerra não se pronunciou sobre o assunto.
As sedes estaduais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo, Natal (RN) e Fortaleza (CE) também foram invadidas nesta sexta-feira. Além disso, o MST fechou uma avenida em Salvador (BA) e realizou um ato de protesto em Brasília.
As ações do MST ocorreram um dia após discurso do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), na Câmara, com indicações de que invasões poderiam ocorrer porque o governo federal estaria demorando em cumprir promessas de reforma agrária e emissão de títulos de posse de terra. Assunção é ligado ao MST.