CNA destaca papel da irrigação para segurança alimentar
Confederação reforça a importância da irrigação para ampliar a produção, garantir segurança hídrica e fortalecer o planejamento do uso da água no país
Palestra em Campo Grande discutiu avanços e desafios da irrigação no Brasil. Foto: CNA / Divulgação
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reforçou, na terça (2), a importância estratégica da agricultura irrigada para elevar a produtividade, garantir segurança alimentar e impulsionar o desenvolvimento regional. O debate ocorreu durante o 1º Workshop “Irrigação para o Desenvolvimento Sustentável”, no Sindicato Rural de Campo Grande (MS). O evento foi promovido pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do MS, Associação dos Irrigantes (AIEMS) e Associação dos Produtores de Arroz e Irrigantes (Apai/MS).
A assessora técnica da Comissão Nacional de Irrigação da CNA, Jordana Girardello, apresentou uma análise completa sobre os avanços e desafios da irrigação no país. Ela destacou que a reserva de água é essencial para garantir segurança hídrica e ampliar a capacidade de produção de alimentos. Além disso, ressaltou que políticas públicas que assegurem disponibilidade hídrica são decisivas para aumentar a eficiência da irrigação e reduzir impactos das mudanças climáticas.
Outro ponto tratado por Jordana foi a tarifa diferenciada de energia para irrigação. Segundo ela, o benefício está ameaçado, o que preocupa o setor. Ainda assim, a CNA tem atuado para manter o desconto em horários compatíveis com a realidade do produtor.
Marco legal, governança da água e fortalecimento dos comitês
Jordana também abordou a regulamentação da Lei Nacional de Irrigação. Para ela, a implementação efetiva pode ampliar a segurança jurídica, atrair investimentos e fortalecer práticas sustentáveis no campo. Outro destaque foi a atuação da Comissão Nacional de Irrigação no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Conforme explicou, o colegiado trabalha para fortalecer os Comitês de Bacias Hidrográficas, ambientes essenciais para decisões sobre o uso da água.
Durante a palestra, ela reforçou a necessidade de maior protagonismo do setor irrigante no planejamento hídrico. Em seguida, detalhou o funcionamento da cobrança pelo uso dos recursos hídricos, prevista na Política Nacional de Recursos Hídricos. Jordana lembrou que a cobrança não é uma taxa, mas um instrumento de gestão que estimula o uso racional da água e gera recursos destinados à preservação, ao monitoramento e à melhoria da gestão hídrica.
Para assegurar a efetividade desse mecanismo, ela destacou o papel central dos Comitês de Bacias Hidrográficas, responsáveis por induzir e fiscalizar a aplicação das metodologias de cobrança alinhadas às demandas do setor rural.
“Para a CNA, o fortalecimento dos comitês de bacia e a participação ativa dos irrigantes nas decisões garantem maior representatividade e planejamento mais eficiente, contribuindo para a sustentabilidade e a competitividade do agro brasileiro”, concluiu.
