Com foco em ampliar destinos e oportunidades para o agro nacional, Brasil aposta na feira marroquina como ponte estratégica para a África
O agronegócio brasileiro deu mais um passo rumo à diversificação de mercados com sua participação na 17ª edição do Salon International de l’Agriculture au Maroc (SIAM), realizada entre 21 e 27 de abril, na cidade de Meknès. Reconhecida como uma das maiores feiras do setor no continente africano, a SIAM atraiu milhares de visitantes e serviu como vitrine para empresas brasileiras do setor agropecuário.
Organizado em parceria entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o espaço brasileiro contou com a presença de oito empresas dos segmentos de carnes, fertilizantes, maquinário agrícola e cafés especiais. Entre os expositores estavam nomes como Agroprime, El Toro Beef Brasil, West Food, Fertminas, Mescla International, Jacto e Nelly Cafés Especiais.
“A participação do Brasil neste evento reforça nosso posicionamento estratégico no norte da África”, destacou Ellen Laurindo, adida agrícola brasileira no Marrocos. Ela lembra que esta foi a terceira vez que o país esteve presente na SIAM, sinalizando o interesse contínuo em ampliar as parcerias comerciais com a região.
Com investimentos crescentes na modernização de sua agricultura e uma população de cerca de 37 milhões de pessoas, o Marrocos tem aumentado suas importações de alimentos, fertilizantes e tecnologias do campo. Em 2023, o Brasil já figurava como o segundo maior exportador de carne ao país, com vendas superiores a US$ 43 milhões. No acumulado de 2024, o intercâmbio agrícola entre os dois países já movimentou cerca de US$ 1,36 bilhão, com produtos como açúcar, milho, café, carne bovina e animais vivos liderando a pauta.
Além disso, avanços recentes nas negociações bilaterais abriram espaço para a entrada de miúdos bovinos brasileiros e estabeleceram cotas para carne, arroz, azeite de oliva e bovinos vivos, criando um cenário ainda mais promissor para os exportadores nacionais.
Outro destaque da presença brasileira foi a demonstração de tecnologias voltadas à mecanização do campo — uma aposta que busca agregar valor às exportações tradicionais e posicionar o país também como referência em soluções agrícolas.
Segundo Laurindo, o evento serviu não apenas para estreitar laços com o Marrocos, mas também como uma porta de entrada para outros mercados africanos. “Queremos transformar a SIAM em uma ponte para novas oportunidades em todo o continente”, reforçou.