INÍCIO AGRICULTURA Geral

Vírus da gripe aviária chegou ao Brasil, mas a doença não, ressalta médico veterinário

O fato de o vírus estar circulando no Brasil não quer dizer que a doença está presente, segundo médico veterinário Alberto Back, especialista em avicultura.

É um fato. Depois de circular pela Europa e Estados Unidos, causando grandes prejuízos e transtornos à avicultura comercial, o vírus da influenza aviária H5N1 chegou ao Brasil de vez, mas a doença não. A primeira ocorrência aconteceu no dia 15 de maio, no litoral do Espírito Santo, e confirmada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Até o dia 24/06, a atualização do painel de monitoramento do MAPA mostrava são 46 casos positivos de gripe aviária confirmados no Brasil, 1.404 investigações realizadas, 278 com coleta de amostras e 7 investigações em andamento até a data de 23/06.

O médico veterinário Alberto Back, especialista em avicultura, salienta que o fato de o vírus estar circulando no Brasil não quer dizer que a doença está presente. "No meio avícola comercial, doença significa aves doentes, que vem a morrer. Ou seja, o vírus matando aves comerciais, que não aconteceu no Brasil", afirma.

Gráfico atualizado no dia 24/06 mostra locais onde foram identificados o vírus da influenza aviária no Brasil

Ele faz questão de enfatizar que foi detectado o vírus somente em aves marinhas. "Não temos a detecção em aves comerciais em nenhum processo da cadeia produtiva", afirma Back. A preocupação do veterinário é a disseminação de informações incompletas, pois hoje as pessoas tem dificuldade de aprofundar a leitura de uma reportagem, ficando apenas nos títulos e substítulos. "E isso pode levar alguns a acreditarem que a doença está presente no Brasil, o que não é verdade", afirma.

A Influenza Aviária de alta patogenicidade é caracterizada principalmente pela alta mortalidade de aves que pode ser acompanhada por sinais clínicos nervosos, digestórios e/ou respiratórios, tais como andar cambaleante; torcicolo; dificuldade respiratória e diarreia. Os sinais clínicos são muito variáveis, devendo-se levar em conta espécie

afetada, idade, condição clínica da ave, cepa e patogenicidade do vírus.

PARANÁ CONTINUA LIVRE DA DOENÇA

No Paraná, um dos maiores produtores e exportadores de carne de frango do Brasil, o vírus foi detectado no dia 23/06, na cidade de Antonina, região litorânea. A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária Do Paraná) confirmou oficialmente a presença do vírus Influenza Aviária (H5N1) de Alta Patogenicidade – IAAP em uma ave silvestre da espécie Trinta-Réis-Real (Thalesseus maximus), no sábado, dia 24/06.

Todas as propriedades em um raio de 10 Km do foco foram fiscalizadas pela Adapar, e não foram observadas aves com sinais clínicos da Influenza Aviária. Produtores foram orientados a notificarem imediatamente qualquer caso suspeito. A Secretaria de Saúde do Estado já foi comunicada e está monitorando as pessoas que tiveram contato com a ave infectada.

A Influenza aviária só foi detectada em aves silvestres no Brasil, como mostra o gráfico do Ministério da Agricultura e Pecuária

A Adapar enfatizou também que a o ocorrência de Influenza Aviária em população de aves silvestres não compromete a


condição sanitária do Paraná e do país como livre de IAAP. "Portanto, não deverão haver restrições ao comércio internacional de produtos avícolas paranaenses como consequência da notificação", diz a nota oficial da entidade, que também salienta que não deverão haver restrições ao comércio internacional de produtos avícolas paranaenses como consequência da notificação.

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Até a presente data, a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade foi identificada em aves silvestres nos seguintes Estados: Espírito Santo (26 focos), Rio de Janeiro (13 focos), Rio Grande do Sul (1 foco), São Paulo (3 focos), Bahia (2 focos) e Paraná (1 foco), totalizando 46 focos em todo país.

Alberto Back ressalta que o mundo cobra sanidade da cadeia produtiva e vai impor sanções ao Brasil se por acaso a doença se manifestar na cadeia comercial. "Todos os Estados brasileiros estão preparados para que a doença não se manifeste", ressalta.

No Paraná, por exemplo, a Adapar promoveu a capacitação e o treinamento de profissionais em todas as Unidades Regionais do Estado, e conta com médicos veterinários com dedicação exclusiva e capacidade técnica elevada na área, para atendimento das questões sanitárias da cadeia avícola do Estado.


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