Os contratos negociados com soja iniciaram a manhã de quarta-feira 18/01, caindo para o campo negativo na Bolsa de Chicago (CBOT) com baixa de 8 cents, a 15,31/março. Os participantes seguem digerindo os números dos relatórios (trimestral de estoques e de oferta e demanda de janeiro) divulgados pelo USDA na quinta-feira 12/01, mas fundos e investidores estão de olho nos ganhos dos últimos dias e, em algum momento, optam por vendas técnicas.
Com a produção da Argentina correndo sérios riscos em razão das irregularidades climáticas, a tendência é que mais aperto no quadro geral de oferta e demanda virá pela frente. O USDA cortou em 4,0MT, para 45,5MT, a colheita de soja do país vizinho; porém, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires já fala em algo como 37,0MT.
Segundo o analista Camilo Motter, da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR, além da Argentina, no Paraguai o clima não tem ajudado e a produção deve ficar longe dos tempos áureos quando chegou a ultrapassar a marca de 10,0MT; no Rio Grande do Sul também há projeções de perdas. "Por estas perspectivas, a produção tende a ser revista para baixo nos próximos meses. O consumo global não apresenta maiores sobressaltos, a sustentação de preços virá pelo lado da (menor) oferta", ressalta Motter.
Além disso, nos EUA, o ano começa com embarques acelerados. O USDA informou ter inspecionado o embarque de 2,08MT de soja na última semana. Na temporada, os despachos somam 32,2MT, ante 33,7MTdo mesmo intervalo do ciclo passado. Por outro lado, o volume de esmagamento da indústria ficou abaixo do esperado em dezembro, com 4,83MT.
Camilo informa ainda que no mercado doméstico, o ritmo de negócios se mantém restrito; porém, as altas recentes tendem a atrair o interesse de venda. "Os preços vão se alinhando aos parâmetros de exportação na medida em que colheita nova vai chegando ao mercado e o período de entressafra vai ficando para trás. Prêmios no spot são indicados na faixa de 70/90 e, para fevereiro, entre 60/70", finaliza o diretor da Granoeste.