A previsão do tempo para o mês de junho indica chuvas mais localizadas no extremo norte da Região Norte, costa leste da Região Nordeste e irregularidade na Região Sul, além de período seco na região central do País.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê para o mês de junho a ocorrência de chuvas acima da média no noroeste da Região Norte, Amapá, nordeste do Pará, além de áreas pontuais do extremo norte e da costa leste da Região Nordeste (tons em azul na figura 1a), com volumes que podem ultrapassar 200 milímetros (mm).
No interior do Nordeste, Acre, Rondônia, sul do Amazonas e sudeste do Pará, são previstas chuvas próximas e ligeiramente abaixo da média (tons em cinza e amarelo na figura 1a), principalmente no Matopiba (região que engloba o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde existe uma redução das chuvas nesta época do ano, com predomínio de dias consecutivos sem chuva.
Figura 1: Previsão de anomalias de (a) precipitação (chuva) e (b) temperatura média do ar do modelo climático do INMET para de junho de 2022.
Para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão indica chuvas próximas e ligeiramente abaixo da média, porém, não se descartam volumes mais localizados no litoral da Região Sudeste devido a passagem de frentes frias pelo oceano, que podem causar instabilidades nestas áreas. Com a redução das chuvas na parte central do País, ocorre a diminuição da umidade relativa do ar, elevando as temperaturas máximas no decorrer dos dias.
Para a Região Sul, são previstas chuvas próximas e ligeiramente abaixo da média, com volumes que podem variar entre 100 mm e 200 mm. Assim como no Sudeste, a passagem de frentes frias poderá causar pancadas de chuva em alguns dias do mês.
O prognóstico climático do Inmet para o mês de junho de 2023 e seu possível impacto na safra de grãos 2022/23 para as diferentes regiões produtoras indica que em áreas do Matopiba pode haver uma redução das chuvas e dos níveis de água no solo, principalmente, em parte do oeste da Bahia, Tocantins e sul do Piauí. Isso poderá ser favorável para as fases finais dos cultivos de primeira e segunda safra, porém, persistirá a restrição hídrica aos cultivos que estiverem em fases reprodutivas.
Nas áreas produtoras do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, os níveis de água do solo também poderão ficar em níveis satisfatórios.
Entretanto, em áreas centrais da Bahia e oeste do Sealba (região que engloba os estados de Sergipe, Alagoas e Bahia), mesmo que ocorram chuvas dentro da média, o armazenamento de água no solo ainda poderá continuar baixo e impactar negativamente as culturas na região, como o feijão e o milho terceira safra.
Em grande parte da região central do Brasil, o estabelecimento da estação seca será responsável pela redução do armazenamento de água no solo, principalmente, em áreas do centro e norte de Minas Gerais e entre os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, podendo afetar as culturas agrícolas, especialmente, as de segunda safra e as de inverno que já estiverem em estádios fenológicos sensíveis ou sob deficiência hídrica.
Na Região Sul, os níveis de água no solo podem continuar em níveis satisfatórios, com exceção de áreas do norte do Paraná, onde pode ocorrer uma ligeira redução da umidade no solo.
Porém, a redução das temperaturas poderá influenciar na redução da evapotranspiração e consequente redução do déficit hídrico em grande parte da região, favorecendo as fases finais dos cultivos de segunda safra e o estabelecimento dos cultivos de inverno. Em áreas do Rio Grande do Sul, há previsão de recuperação do armazenamento de água no solo, o que será importante para o plantio e o desenvolvimento inicial dos cultivos de inverno.
Quanto às temperaturas, a previsão indica que deverão ser acima da média na parte central do País, bem como no interior da Região Nordeste (tons em amarelo e laranja na figura 1b), onde as temperaturas podem variar entre 22ºC e 26ºC.
Nas demais áreas, são previstas temperaturas próximas e ligeiramente abaixo da média (tons em cinza e azul na figura 1b). Vale ressaltar que podem ocorrer incursões de massas de ar frio, provocando queda acentuada da temperatura do ar, resultando em valores médios inferiores a 14ºC sobre a parte leste da regiões Sul e Sudeste do Brasil, principalmente, em áreas de maior altitude.
Fonte: INMET, órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) que representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.