A primavera de 2024 começa astronomicamente às 9:44 do dia 22 de setembro.
É uma estação de transição do período seco, que é o inverno, para o período úmido, o verão. Para a maioria dos estados brasileiros, a primavera significa dias de calor e aumento gradual da frequência de eventos de chuva. Apenas para a Região Nordeste, a primavera representa uma estação de tempo seco e temperaturas muito altas. Os eventos de chuva retornam no fim da estação na costa norte do Nordeste.
As pancadas de chuva à tarde e à noite vão ficando cada vez mais frequentes e generalizadas a medida que a atmosfera vai ganhando umidade e a circulação de vento sobre a América do Sul distribui esse ar úmido pelo Brasil.
A passagem de frentes frias pela costa do Sul e do Sudeste é comum e alguns sistemas ainda podem ter intensidade moderada a forte, causando um resfriamento bastante acentuado, porém em geral por poucos dias.
A atuação de massas de ar frio de origem polar sobre o Brasil na primavera é mais comum na região Sul, em partes do Sudeste, com menos frequência em partes da Região Centro-Oeste e raramente conseguem provocar friagens na Região Norte.
Algumas frentes frias atípicas podem ter força para aumentar a chuva na Bahia. Os meses de primavera Climatologicamente são os mais quentes do ano na maioria das áreas do Centro-Oeste, do Sudeste e Nordeste.
Os principais centros de monitoramento do clima global já consideram a formação do fenômeno La Niña no decorrer da primavera de 2024. A estiagem deste ano começou mais cedo e isto é parte da causa do aumento dos incêndios florestais que estamos observando no final do inverno.
O retorno da chuva regular é muito esperado agora, não só para ajudar a apagar esses incêndios, mas para refazer a umidade do solo, para que se possa iniciar o plantio das nova safra agrícola. A chuva do verão 2023/2024 ficou abaixo do desejado e o Brasil começa a sentir os efeitos dessa estiagem prolongada e do calor intenso.
Saiba agora os principais aspectos da primavera 2024 com a análises de Vinícius Lucyrio (VL), que é meteorologista da equipe de previsão climática da Climatempo.
VL - Houve um incremento na chance de La Niña segundo a última projeção do IRI/CPC. Agora há 81% de chance de ocorrência do fenômeno no trimestre outubro-novembro-dezembro (OND) e 83% para o trimestre novembro-dezembro-janeiro. Portanto, deveremos ter, sim, a instalação do fenômeno especialmente ao longo de outubro. O resfriamento também aumentou nas últimas semanas, em especial nas porções a leste do Pacífico Equatorial.
VL -Logo no início, pois o resfriamento, mesmo que lento, já ocorre há alguns meses.
VL -Maior espaçamento entre os eventos de tempo severo no Sul durante a primavera - mesmo que, quando ocorrerem, sejam intensos; redução dos volumes de chuva com desvios negativos na segunda metade da primavera em especial no RS e oeste de SC.
Frentes frias mais frequentes, algumas continentais, muitas marítimas - a partir de dezembro, podem ficar estacionárias na altura do RJ, favorecendo a formação de grandes corredores de umidade.
Maiores variações térmicas no Centro-Sul, principalmente no leste do Sul, SP, RJ e sul de MG. Maior propensão a ondas de calor no oeste da região Sul. Chuvas acima da média na região Amazônica.
VL -Tão ou mais intensas e tão prolongadas quanto em 2023, mas com atuação mais limitada a partir de novembro - maior risco no PA, TO, norte de GO e Nordeste.
VL -Com mais frentes frias passando, aumenta a chance de termos frio tardio na primavera, especialmente entre outubro e novembro. Há possibilidade de frio intenso nas áreas mais altas de SC e RS durante alguns dias, e períodos amenos/frios no leste do PR, SP e RJ.
VL -A partir do início de outubro em RO, oeste do MT e do MS; a partir da segunda metade de outubro no centro-sul do MT, restante do MS, norte do PR e centro-sul de SP; a partir do início de novembro no norte e leste de SP, sul de GO, Triângulo Mineiro, sul de MG e sul do RJ; a partir da segunda quinzena de novembro no centro-norte de GO, DF, norte de MG, nordeste do MT; a partir do começo de dezembro no TO, oeste e sul da BA e centro-sul do PA.
Amazônia já com chuvas acima da média a partir da segunda quinzena de outubro.
VL -Abaixo da média no PA, TO, leste do AM, norte de GO e todo o Nordeste; um pouco acima da média entre o AM, AC, RO, sul/oeste do MT, MS, norte do PR e SP; um pouco abaixo da média no RS e SC.