Desde meados de junho, as cotações de cenoura têm recuado, devido à maior oferta. Ao contrário dos primeiros meses do ano, o clima ameno tem favorecido o desenvolvimento e os graduais aumentos de produtividade. Além disso, durante o pico de preços (por volta de abril), muitos produtores aumentaram suas áreas, além da entrada de “aventureiros” no setor.
Em Cristalina (GO), por exemplo, existem lavouras atingindo produtividades que ultrapassam 3.000 cxs/ha. Por outro lado, com a intensa queda nos preços, as dificuldades têm sido recorrentes: a média de preços na praça goiana foi de R$ 0,83/kg em julho, recuo de quase 64% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em São Gotardo (MG), maior praça produtora, o cenário não é diferente: os preços se reduziram em 67% no mesmo comparativo, porém os custos caíram apenas 6% – mesmo com a diluição ocasionada pelas altas produtividades.
Com a superprodução, produtores das praças do Cerrado (São Gotardo e Cristalina), que tipicamente abastecem o centro-sul do País, estão escoando seus produtos também para outras regiões, como Norte e Nordeste, dificultando também o mercado para os produtores de Irecê (BA).
Um caso à parte é Caxias do Sul (RS), já que a tragédia climática ocorrida no final de abril tem sido desafiadora para os produtores que ainda permanecem na atividade. A queda de produtividade em julho de 2024 foi de 50% frente ao mesmo mês do ano passado, e os preços recuaram 58% no mesmo comparativo, porém com aumento de 96,3% no custo. As expectativas para o curto prazo não são boas, já que as áreas estão bastante prejudicadas e a safra de inverno, praticamente perdida. Dessa forma, comerciantes da região relatam compras de produtos de outras praças, sobretudo do Cerrado.
Fonte: hfbrasil.org.br