O fator climático está sendo fundamental na composição do preço da soja na Bolsa de Chicago. A estiagem no cinturão de produção de grãos norte-americano está levando as cotações do mercado a atingirem altas históricas para o mês de julho.
De acordo com o analista Camilo Motter, da Corretora Granoeste, o aumento da cotação de soja em Chicago para o mês de julho está na média de 24% a 27%. “Revendo números históricos, chegamos à conclusão de que é a quarta maior alta da história para o período”, afirma o analista.
Segundo ele, o recorde para o mês é do ano de 1974, quando as cotações de soja subiram 50%. No ano de 1973 ficou na faixa de 25% e em 2012 atingiu 27%. “É uma valorização atípica par ao período e está sendo influenciada diretamente pela questão climática americana a também pelos problemas gerados pela logística no Leste Europeu”, afirma Camilo.
Porém, o momento que deveria ser uma oportunidade para o produtor rural brasileiro sofre com os problemas domésticos e de câmbio. “A baixa cotação do dólar, que está ficando na média de R$ 4,70 a R$ 4,80, é um fator desfavorável para a comercialização. Temos também o fator Brasil: a logística para fazer com que esta soja chegue aos portos é precária, o que implica em prêmios negativos”, afirma.
“O mercado interno se beneficia das dificuldades internacionais, mas esbarra nesses fatores internos”, finaliza.