Os preços da soja operam em acentuada queda nos futuros de Chicago neste momento, manhã de segunda-feira – baixa de 19 cents, a U$14,64/janeiro – pressionados pelo aumento dos estoques globais, conforme indicado pelo USDA na última sexta-feira. Na semana passada, postados na boa demanda chinesa e no prolongamento da estiagem em importantes setores de cultivo da Argentina, os preços subiram mais de 3%.
Na sexta-feira, o USDA divulgou o relatório mensal de oferta e demanda referente a dezembro. De maneira geral, os números vieram sem maiores novidades – muito em linha com a expectativa do mercado. No caso da soja, vale destacar que os estoques finais mundiais vieram em alta para as duas temporadas, 2021/22 e 2022/23 – ficando acima do esperado.
Em relação a 2021/22, os estoques mundiais foram elevados em cerca de 1,0MT, para 95,6MT; já para a estação 2022/23, os estoques passam a ser previstos em 102,7MT, incremento pouco superior a 0,5MT no comparativo com novembro.
O quadro norte-americano não sofreu qualquer alteração, com exportações avaliadas em 55,7MT; esmagamento doméstico, em 61,1MT e estoques finais em 6,0MT.
O mercado esperava algum corte nas projeções para a Argentina, em razão do clima adverso, mas isto não ocorreu. A estimativa do país vizinho segue com colheita esperada em 49,5MT, ante 43,9MT da última campanha.
As importações da China seguem previstas em 91,6MT para a temporada 2021/22 e em 98,0MT para 2022/23.
Para o Brasil, o USDA manteve a mesma estimativa de produção de novembro, 152,0MT -recorde histórico – contra 127,0 do último ciclo. As exportações para 2022/23 estão previstas em 89,5MT, ante 79,1MT deste último ano. A produção de farelo terá ligeiro incremento, chegando a 40,1MT, contra 39,3MT de 2021/22.
No mercado doméstico, depois de boa recomposição na semana passada, as indicações de compra tendem a perder força. O ritmo de negócios segue comedido, com boa disponibilidade e ritmo de vendas mais lento do que em anos anteriores. Em razão do pouco interesse em vendas, algumas indústrias indicam valores de compras mais atrativos do que nos portos, preocupadas em manter o abastecimento até a chegada de produto novo. Prêmios no spot – nos principais portos – são indicados na faixa de 190/230.
Indicações de compra na faixa entre R$ 177,00/179,00 no oeste do estado; entre R$ 183,00/185,00 em Paranaguá – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local de embarque.
Fontes: Granoeste Corretora, especial para o Portal Rural News