O contrato de soja para novembro 2022 fechou em queda de 0,96% ou $ 13,25 cents/bushel a $ 1372,0. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em queda de 0,73%, ou $ 10,25 cents/bushel a $ 1396,75. O contrato de farelo de soja para outubro fechou em nova queda de 2,14% ou $ 8,8/ton curta a $ 402,25 e o contrato de óleo de soja para outubro fechou em nova forte alta de 2,75% ou $ 1,84 libra-peso a $ 68,68.
A preocupação com o lado da demanda aprofundou a queda dos preços, em pleno avanço da safra americana. Teme-se que os embarques não respondam com força suficiente durante a entrada da mercadoria. As obras já cobrem 63% da área (o mercado esperava 60%) e estão bem acima da média histórica (52%). As cotações do óleo ainda repercutem o ataque do dia anterior da Rússia aos tanques de óleo de girassol da Ucrânia.
Uma consultoria privada brasileira informou que 19,1% da safra de soja 22/23 foi plantada em 14/10. Isso é acima de 9,7% na semana passada, mas atrás de 21% no ano passado. Outra consultoria mencionou que 24% da safra foi plantada até 14/10, ante 10% na semana passada e 22% no ano passado.
O USDA informou que 96% da soja estava soltando folhas, em comparação com 91% na semana passada e 94% em média. A colheita do feijão avançou de 19% para 63% concluída na semana encerrada em 16/10. O ritmo médio de 5 anos seria de 52% colhidos. As pontuações da condição da soja foram UNCH nacionalmente em 347 no Índice Brugler500.
Na China os estoques continuam caindo. Esse é o estoque de farelo mais baixo para um início de temporada. Na semana passada houve rumores de importação de farelo do Brasil, mas nada ainda foi confirmado. A conta ainda está viável contra o farelo spot, mas não contra o futuro janeiro na DCE. Hoje os futuros do farelo na China estão caindo novamente em linha com as baixas expectativas de relaxamento do covid zero.
A logística americana está começando a atrasar bem. Seis semanas de temporada e os embarques de soja somaram 2,8 milhões de toneladas contra 3,5 milhões no ano passado e 9 milhões em 2020. Traders falam que a logística está atrasada em torno de 20 dias, tempo de atraso que deve aumentar. O recebimento de soja pela China em setembro, outubro e novembro será o menor desde 2018, auge da guerra comercial e da ASF. A diferença esse ano é que a demanda por rações está quente, o que vai agravar o problema. Na semana passada a China voltou a comprar soja no Brasil para embarque novembro. Diria que o Brasil ainda pode vender uns 3 milhões de tonelada de soja para novembro-dezembro.