Os preços da soja seguem pressionados nesta terça-feira (13/08) nos futuros da Bolsa de Chicago (CBOT). Fundos continuam a aumentar as posições vendidas e empurram a cotações de soja para os piores patamares em quatro anos.
O bom desenvolvimento da safra norte-americana e as projeções de uma safra recorde, conforme estimado pelo USDA no relatório de oferta e demanda de agosto, apresentado nesta segunda-feira, acabam por criar fundamentos muito baixistas – com boa oferta e estoques em alta.
O relatório do USDA foi extremamente negativo para os preços ao projetar um novo recorde histórico para a colheita dos EUA, em 124,9MT.
O mercado esperava 121,6MT; no mês passado eram 120,7MT. Na temporada anterior foram produzidas 113,3MT.
Os estoques finais vão a 15,3MT, ante 11,85 de julho e 9,4MT do ano passado. Além de melhor produtividade, houve aumento de área.
Para o mundo, os estoques finais vão a 134,3MT, ante 112,4MT da última estação. A produção é estimada em 428,7MT, contra 395,1MT do ciclo passado.
O consumo não segue o mesmo ritmo. Enquanto a produção cresce 8,5%, a demanda avança 5,1%.
Para p Brasil, o USDA manteve a produção em 153,0MT e em 169,0MT para a próxima estação. Para a Argentina, a colheita está avaliada em 49,0MT.
As importações chinesas deste ano são elevadas em 3,5MT de julho para agosto, para 111,5MT. No ano passado foram 104,5MT. Para 2024/25 deve ficar em 109,0MT, segundo o USDA.
Em outro relatório, o USDA atualizou as condições das lavouras, mantendo em 68% as áreas tidas como boas/excelentes; 24%, regulares e 8%, ruins/péssimas.
No mesmo ponto do ano passado, os índices eram, respectivamente, 59%, 29% e 12%.
Quanto ao estágio, 91% entraram em floração, ante 93% do ano passado; 72% entraram na fase de formação de vagens, contra 75% do mesmo ponto de 2023.
A Conab acaba de divulgar uma nova atualização do quadro de oferta e demanda do Brasil. A produção de soja deve ficar em 147,4MT, praticamente a mesma estimativa de julho.
Isto representa uma queda de 4,7% sobre as 154,6MT do ciclo passado. As exportações estão avaliadas em 92,4MT; na temporada passada foram 101,9MT.
O consumo interno é avaliado em 56,0MT – para uma produção de 40,2MT de farelo e 10,6MT de óleo.
Câmbio mais acomodado e preços externos achatados acabam por manter as indicações domésticas sob pressão. Prêmios no spot são indicados na faixa entre 120/150.
Indicações de compra no oeste do Paraná entre R$ 124,00/126,00 e em Paranaguá na faixa de R$ 131,00/134,00 – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local e do período de embarque.