Os contratos futuros negociados com soja na Bolsa de Chicago (CBOT), iniciaram a manhã de quarta-feira, 25/01, em queda de 7 cents, a U$ 14,81/março. A semana é marcada por perdas, depois que as cotações se elevaram e permaneceram acima dos U$ 15,00 por vários dias.
Camilo Motter, da Corretora Granoeste, afirma que depois de um longo período de ganhos e firmeza dos preços, o mercado passa a sentir a pressão vinda de diversas frentes: a chegada da safra brasileira ao mercado, avaliada em algo acima de 150,0MT, um novo recorde; certa acomodação das compras por parte da China; chuvas benéficas em pontos de cultivo da Argentina e Sul do Brasil, o que deve amenizar as perdas nestas regiões. Por último, no caso brasileiro, pesa também a forte queda dos prêmios nos portos e uma taxa de câmbio relativamente pressionada, bem como o bom abastecimento no período de entressafra.
O analista ressalta que é plenamente compreensível que, num quadro fundamental como este, fundos e investidores – do lado técnico – tendem a adotar uma postura mais vendedora. E isto é muito mais evidente após um longo período de boa sustentação dos preços. A perspectiva de quebra de safra em pontos da América do Sul elevou as cotações a patamares superiores a U$ 15,00; do outro lado, uma plena reposição dos estoques, com safra cheia, poderia empurrar os preços para a casa dos U$ 12,50/13,50.
No Paraná, o DERAL informa que a qualidade das lavouras teve sensível melhora com as recentes chuvas. Com isto, 81% das áreas são avaliadas em bom/excelente estado; 15%, regulares e 4%, ruins/péssimas. Em relação ao estágio, 4% se encontram na fase de maturação; 60% em formação de grãos; 25% em floração e 11% em desenvolvimento vegetativo. A área semeada foi de 5,73MH, ante 5,67MH do ciclo anterior. A produção é esperada em 21,5MT, contra 12,05MT.
Camilo destaca que, no mercado doméstico, as indicações de compra seguem sob pressão. O interesse de venda segue bastante restrito, com indicações de compra longe do interesse vendedor. Os produtores se mantêm cautelosos, na expectativa de preços mais atrativos, sobretudo em razão das dúvidas climáticas que pairam sobre a Argentina, Paraguai e pontos do Sul do Brasil. Prêmios no spot são indicados na faixa de 60/70 e, para fevereiro, entre 45/55.