O Sistema CNA/Senar promoveu, na quinta (11), a live “A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) em pequenas propriedades”, encontro moderado pelo assessor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Rafael Diego Costa.
Os debatedores foram o professor e gerente de Formação Profissional Rural (FPR) no Senar Goiás, Leonnardo Furquim; o pesquisador da Embrapa Cerrados, Julio Cesar dos Reis; e o pesquisador da Embrapa Solos e presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF, Renato Rodrigues.
O assessor técnico do Senar destacou a relevância do tema em um momento que todo o mundo está reunido para falar sobre mudanças climáticas e os compromissos que os países assumirão para assegurar o crescimento econômico com sustentabilidade.
“Entre as tecnologias brasileiras, a ILPF é uma das soluções viáveis para que esses objetivos sejam alcançados, desde que adotada de maneira correta e com viabilidade pelos produtores rurais, principalmente em pequenas propriedades, que são a maioria dentro do território brasileiro”, afirmou.
O gerente de FPR do Senar Goiás falou sobre como iniciar a implantação da técnica em pequenas propriedades rurais. Ele explicou que os arranjos são diversos e que a primeira recomendação é iniciar de forma escalonada. Como exemplos, foram citados os sistemas Barreirão, Santa Fé, Santa Brígida, Santa Ana, São Francisco e São Mateus.
“O principal fator de decisão no equilíbrio da sua propriedade rural é a questão da produção sustentável. Essa produção sustentável tem que estar alinhada em um ganho social, ambiental e econômico”, disse Leonnardo Furquim.
O pesquisador da Embrapa Cerrados analisou os aspectos econômicos dos sistemas ILPF, as principais barreiras para adoção dos sistemas de integração e os benefícios da diversificação. Julio Cesar também trouxe o caso de sucesso da Estância Vanda, em Paranaíta (MT), que implementou o sistema integrado para a produção de leite.
Renato Rodrigues abordou as contribuições da ILPF fora da porteira e destacou a relevância da tecnologia frente aos desafios da década: aumento das atividades antrópicas, pressão sob os recursos naturais, mudanças climáticas e os embargos comerciais.
Conforme ele, a segunda fase do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, com metas até 2030, prevê a ampliação da adoção em 10,10 milhões de hectares, o que representa um potencial de mitigação de 72 milhões de toneladas de carbono. A área atual de ILPF no Brasil é de, aproximadamente, 13 milhões de hectares.
No final da live, Rafael Costa ressaltou que além das capacitações presenciais oferecidas pelo Senar nos estados, em parceria com os sindicatos rurais, também existe o curso sobre sistema ILPF na plataforma de educação a distância.