O mercado de commodities encontrou muita resistência e não teve força para desencadear um movimento de recuperação mais agressivo nesta terça-feira, na Bolsa de Chicago (CBOT).
Os futuros do complexo da soja negociavam no positivo ao longo do pregão noturno, ainda repercutindo o otimismo vindo do farelo de soja americano, que no momento é o mais competitivo.
Nessa altura, parecia que o mercado ia conseguir confirmar fundo nos gráficos tanto do grão quanto do farelo, porém ao longo do pregão regular essa esperança foi diminuindo e sendo tolhida.
No fechamento vimos a soja fechando estável, praticamente no mesmo preço em que encerrou ontem, diferente do farelo que perdeu mais ainda a força e fechou no negativo, caindo 0,65%.
Ontem foram publicados dados de condições das lavouras e o relatório semanal de inspeções de exportações do USDA, no que tange às condições, não há nenhuma preocupação, as qualidades de milho e soja seguem muito boas e estáveis, o clima ajuda!
E neste ponto que talvez tenhamos o principal e mais negativo fator para os preços: uma safra cheia que deve quebrar recordes!
Quanto ao relatório de exportações, a soja segue muito fraca, na semana atual que vai até o último dia 15, o acumulado foi de 398 mil toneladas, o acumulado da safra 23/24 no momento está 15% atrás da safra 22/23 com relação ao mesmo período.
Isso passa a impressão de que os estoques finais devem caminhar para um dos maiores de todos os tempos, fator que também é negativo aos preços.
Ademais, o milho também não conseguiu sustentar a alta que desenvolveu no pregão de ontem e encerrou com queda de 0,79%.
E o trigo que ontem fechou estável, hoje se destaca como a commodity que teve a maior alta na CBOT, subindo 0,77% o contrato com vencimento dezembro se encontra testando sua resistência gráfica em U$5,56/bu.
O esperado é que os preços de trigo fiquem lateralizadas entre esse patamar dos U$5,56 aos U$5,25/bu, porém caso o mercado de novas cartas e insista em uma alta, poderemos ver os preços galgando ao patamar de U$5,90; caso isso realmente aconteça, o movimento deve se estender ao milho, devido a sua competição na formulação de rações.
Na B3 o contrato de milho setembro deu continuidade ao movimento de alta de ontem, comentam sobre negócios gerados hoje nos portos, a princípio com volumes maiores que os haviam sido negociados nas últimas semanas, com isso os preços registraram uma melhora e podemos ver este movimento através das cotações em bolsa. Hoje o contrato subiu 0,55% e encerrou cotado a R$60,47/sc.
Mais um dia de agenda vazia e mercados com movimentações mistas.
Na Ásia/Pacífico a bolsa japonesa encerra mais um pregão com a maior alta do dia, subindo 1,98%.
Na Europa bolsas encerraram em queda, o FTSE 100 da Inglaterra caiu 1% e o EURO STOXX 50 caiu 0,30%. Nos EUA o S&P 500 caiu 0,17% e a NASDAQ cai 0,25%.
No Brasil o principal índice do país, o IBOVESPA, sobe mais um dia registrando alta de 0,29% e renovando sua máxima histórica.