"Senhor, mandai-nos chuva!", clamavam as vozes de uma recente procissão liderada por Sebastián Chico, bispo da cidade de Jaén, capital da província de mesmo nome, no sul da Espanha. Apesar do reforço de muitos olivicultores da região que acabaram se juntando à caminhada religiosa. Porém, o pedido lançado aos céus não foi atendido por enquanto.
No próprio dia da procissão, o sol fustigava os olivais. Há meses não chove na província de Jaén. Se o tão esperado milagre da água não acontecer logo, há o risco de grandes quebras de safra pelo segundo ano consecutivo. Uma catástrofe para os agricultores que é sentida também pelos consumidores: os preços do azeite, já bastante elevados, devem subir ainda mais.
Com cerca de 630 mil habitantes e 66 milhões de oliveiras, Jaén é considerada a mais importante área olivícola do mundo. Aqui é produzido o azeite destinado a grande parte da Europa.
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Nas últimas semanas, várias ondas de calor, com temperaturas de quase 40 graus, literalmente queimaram as flores brancas de muitas oliveiras. Grande parte da safra de azeitona, normalmente colhida de novembro a fevereiro, foi perdida.
"A oliveira é capaz, sim, de suportar temperaturas muito altas, mas apenas se receber água suficiente", explica Ávila, que também é porta-voz da indústria olivícola na associação de agricultores COAG. Quando há falta de água extrema, a árvore não tem forças para formar frutos saudáveis.
A última temporada também foi ruim. Escassez de chuvas e fortes ondas de calor também ocorreram em 2022, o ano mais quente já registrado na Espanha.
"Colhi 70% menos do que nos anos anteriores", conta Ávila, prevendo que a próxima temporada irá trazer ainda menos produção.
Fonte: Climatempo