Os contratos negociados com soja na Bolsa de Chicago, (CBOT) iniciaram a manhã de terça-feira, 14/03, operando em leve queda, a U$ 14,78/maio. Com perdas de 15 cents no primeiro pregão da semana, os preços voltam a atuar abaixo da importante marca de U$ 15,00. O analista de mercado, Camilo Motter da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR destaca aversão ao risco e, consequentemente, fuga de capitais para ativos mais seguros e menos voláteis – depois da quebra do Silicon Valley Bank nos EUA – é a principal razão para a aceleração das vendas nos mercados de commodities. O petróleo, tida como a rainha das commodities, também teve perdas acentuadas neste início de semana.
O USDA informou ter inspecionado o embarque de apenas 0,62MT de soja na última semana. Na temporada foram despachadas 43,3MT, ante 42,3MT do mesmo intervalo do ciclo passado.
As vendas da safra brasileira de soja seguem lentas. Levantamento da consultoria Datagro estima que apenas 34% da produção, projetada em 150,8MT, foi comercializada até agora. No mesmo ponto do ano passado o índice era de 46% e, na média histórica, de 51%. A lentidão se deve à postura defensiva dos produtores que, diante das incertezas climáticas, reduziram o volume de vendas antecipadas; preços pouco atrativos e, por fim, dúvidas em relação à política econômica do novo governo.
Levantamento da consultoria AgRural indica que a colheita da safra brasileira chega a 53%, ante 64% da mesma data do ano passado. Na mesma linha, o levantamento da Conab indica que a colheita chega a 53,4%, ante 63,1% do mesmo ponto da estação anterior.
Motter informa que no mercado interno, os preços seguem achatados. Em parte, a valorização do dólar limita as perdas. O mercado sente o aumento da oferta e a necessidade de vendas por parte dos produtores, o que acaba pressionado os prêmios nos portos brasileiros – cotados, no spot, na faixa de -25 / -5. Também pesa certa acomodação da demanda internacional. Ao mesmo tempo, o custo de transporte se mantém em níveis historicamente altos.