O Brasil produziu 34,6 bilhões de litros de leite em 2023, posicionando-se como um dos maiores produtores do mundo.
Mesmo com o crescimento da oferta, há desafios que impedem o aumento da produtividade, comprometendo o resultado econômico.
A mastite, por exemplo, é a doença mais frequente e de maior impacto econômico em vacas em lactação. O seu controle envolve uma série de cuidados, que vão da higiene ao uso de soluções eficazes.
A doença é uma resposta imunológica do organismo contra a presença de algum patógeno na glândula mamária, levando à queda na produção e alteração do leite.
Essa resposta pode ocorrer através da manifestação clínica, quando há sinais claros, com mudança na aparência do leite e do úbere, e até mesmo alterações sistêmicas nos animais ou na forma subclínica, exigindo testes para detecção, já que não há alterações visíveis.
Inúmeros micro-organismos são responsáveis pelo desenvolvimento do quadro de mastite. A mastite subclínica, por exemplo, leva ao aumento considerável da Contagem de Células Somáticas (CCS), ultrapassando a casa das 200.000.
Geralmente, os micro-organismos responsáveis pela instalação do quadro de mastite em vacas lactantes residem em seu próprio organismo.
No caso da mastite clínica, elas podem ter diferentes graus de infecção, indo de leve a moderado e agudo. Basicamente, em grau leve ela apresenta apenas alterações no leite.
Em sua fase moderada, apresenta também inchaço, vermelhidão e alterações na glândula mamária da vaca. Já na sua fase mais grave, a mastite causa febre nos animais, bem como distúrbios sistêmicos.
O animal terá mudança de comportamento, com sinais de depressão acentuada, pulsação fraca, olhos fundos, fraqueza e anorexia. Essa manifestação mais grave da mastite costuma afligir bovinos do período pós-parto até o pico da lactação.
A transmissão em casos de mastite clínica ocorre principalmente pela penetração das bactérias pelo ducto do teto nos períodos pré e pós-ordenha.
Um ambiente que favorece esse tipo de infecção conta com excesso de fezes, lama e umidade, o que exige um eficaz controle higiênico.
Já nos casos subclínicos, os fômites são os principais responsáveis pela infecção, que vem das mãos do ordenhador, dos panos usados na secagem dos tetos, das esponjas usadas para limpar a mama e das próprias teteiras das unidades de ordenha.
Outro vetor são as moscas, que carregam a doença dos quartos doentes para quartos sadios, seja do próprio animal ou de outros bovinos do rebanho.