Caracterizado pela queda de mais de 0,5 °C na temperatura e pela alta incidência de chuvas nas regiões Norte e Nordeste, o fenômeno La Niña impacta diretamente as plantações de hortifruti.
Localizadas principalmente nos estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Ceará, as culturas de tomate, uva e melão sofrem perdas de produtividade e de qualidade de frutos pela alta umidade, o que gera o aumento de doenças.
Na região do Vale do São Francisco, por exemplo, os meses de junho e julho não costumam ser chuvosos. No entanto, neste ano, já registramos algumas chuvas e, por isso, os produtores devem se atentar desde já ao controle fitossanitário preventivo contra fungos e bactérias.
Dentre as doenças mais relevantes do período, a requeima (Phytophthora infestans) no tomate e na batata e o míldio (Plasmopara vitícola) na uva, por exemplo, são muito destrutivas, podendo dizimar áreas inteiras em poucos dias.
As doenças são favorecidas por condições de temperatura noturna amena (11°C a 23°C) e alta umidade (acima de 90%). Diferentemente das pragas, os fungos não são visíveis na fase inicial de esporos, por isso, quando os sintomas aparecem, a lesão já está formada na folha, com indícios característicos de bolor branco. Por isso, o manejo preventivo é o mais indicado.
A orientação é de que sempre que houver previsão de chuva, o agricultor deve fazer a pulverização no dia anterior, a fim de baixar a população de esporos e, assim, evitar a propagação das doenças. Nesse momento, a utilização integrada de soluções biológicas e químicas permite aumentar a eficiência de manejo de forma sustentável.
O manejo integrado é uma estratégia para potencializar os resultados, pois minimiza a resistência às soluções de controle, prepara a planta para condições adversas de estresse hídrico ou climático e o efeito fisiológico na planta auxilia a produção de defesas vegetais e o aumento da produtividade.
Com a tendência do aumento dos índices pluviométricos, o La Niña também acarreta outra doença relevante: o mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum). Capaz de infectar a parte aérea das plantas, a doença causa a morte e redução média de produtividade de 20% a 30%, podendo chegar a 70% em situações de falha de controle e de condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento da doença, conforme dados do Mais Soja.
Uma prática mais adotada é a interação de defensivos químicos e biológicos, que agrega sustentabilidade e segurança alimentar. Esse manejo eficiente controlar pragas e doenças simultaneamente sem gerar impactos ambientais.
Assim, ainda é possível fazer a rastreabilidade dos defensivos agrícolas, ponto que determinará o sucesso produtivo e que pode ajudar o agricultor a ter uma economia em seus custos operacionais e mais entrada das frutas e hortaliças de qualidade em grandes redes varejistas.