Os contratos negociados com soja na Bolsa de Chicago (CBOT), iniciaram a manhã de segunda-feira operando com perdas de 7 cents, a U$ 15,00/maio. Na semana passada houve perdas da ordem de 1%. De acordo com o analista de mercado, Camilo Motter da Corretora Granoeste de Cascavel/PR, de maneira geral, o mercado segue sustentado pela expressiva quebra, de quase 50%, da safra argentina e, por esta razão, se mantém na faixa dos U$ 15,00 por bushel. Avaliações mostram que uma colheita normal na Argentina pressionaria os preços para a casa dos U$ 13,00.
Segundo o analista, o mercado também sente a pressão dos investidores que andam temerosos com uma possível deterioração dos ativos financeiros, depois da quebra dos bancos Silicon Valley e Signature Bank nos EUA, revelada na semana passada. Isto acaba tendo reflexos negativos em toda a cadeia de investimentos, inclusive em commodities como petróleo e alimentos.
A colheita da safra brasileira de soja chega a 48,9%, ante 60,5% do mesmo ponto do ano passado e 50,6% de média histórica. O levantamento é da consultoria Safras & Mercado. No MT os trabalhos estão finalizados em 95%; em GO, 71% e no PR, 33%.
A produção brasileira de soja deve totalizar 151,4MT. É o que mostra o levantamento da Conab relativo ao mês de março. Houve um corte de cerca de 1,5MT no comparativo com fevereiro. No ano passado a colheita ficou em 125,6MT. As exportações estão estimadas em 93,0MT, ante 78,7MT do ano anterior. O processamento interno sobe cerca de 4,0MT comparativamente ao ano passado, para 56,6MT, resultando numa produção de 41,7MT de farelo e 11,3MT de óleo. As exportações dos subprodutos estão previstas em 20,0MT de farelo e em 1,8MT de óleo.
Motter destaca que no mercado interno, os preços seguem achatados. Em parte, a valorização do dólar limita as perdas. O mercado sente o aumento da oferta e a necessidade de vendas por parte dos produtores, o que acaba pressionado os prêmios nos portos brasileiros – cotados, no spot, na faixa de -20 / -5. Ao mesmo tempo, o custo de transporte se mantém em níveis historicamente altos.