Os preços da soja iniciaram a manhã de quinta-feira, 09/03, em recuperação na Bolsa de Chicago (CBOT), com mais 8 cents neste momento, manhã de quinta-feira, a U$ 15,26/maio.
De acordo com o analista de mercado, Camilo Motter, da Corretora Granoeste de Cascavel/PR, passado o relatório de oferta e demanda de março, os preços buscam ajustar-se à nova realidade. Houve corte na produção mundial de quase 8,0MT; mas, também, houve redução no consumo num volume superior a 5,0MT, o que deixa o mercado com estoques finais relativamente confortáveis. Porém, é sabido que o caminho mais coerente para qualquer racionamento de consumo é via aumento do preço.
Motter destaca que, a forte redução da estimativa de colheita da Argentina foi a grande surpresa do relatório de março, divulgado ontem. De acordo com o USDA, a colheita no país vizinho deverá se situar em 33,0MT, um corte de 8,0MT sobre o mês passado. O mercado esperava algo como 36,0MT. As novas avaliações projetam uma quebra de pelo 17,0MT em relação às estimativas iniciais.
Os ajustes na produção de farelo e óleo da Argentina, porém, ficaram aquém do esperado. Em relação ao mês passado, a produção de farelo cai cerca de 1,5MT, para 27,5MT e a produção de óleo perde algo como 0,4MT, para 7,0MT. No ano passado foram esmagadas 38,8MT, com produção de 30,3MT de farelo e 7,7MT de óleo. A Argentina é o maior país exportador dos dois subprodutos.
(Em tempo: a Bolsa de Cereais de Rosário voltou a cortar drasticamente a estimativa para a produção da Argentina, para 27,0MT, ante 34,5MT do mês passado. Para o milho a projeção é de 35,0MT, ante 42,5MT de fevereiro).
O USDA também promoveu um ligeiro corte nos estoques nos EUA, para 5,7MT. Em relação aos estoques finais mundiais, o corte foi de 2,0MT, para 100,0MT.
Para o Brasil, foi mantida a estimativa de 153,0MT, com exportações ligeiramente mais altas, estimadas em 92,7MT. Na última temporada, a produção foi de 129,5MT, com exportações de 79,0MT.
As importações chinesas seguem avaliadas, para este ano, em 96,0MT, ante 91,6MT do ciclo anterior. A produção na China está em alta e deve se situar acima de 20,0MT.
No mercado interno, apesar de algum ganho na CBOT, os preços seguem sob pressão, desta vez muito mais pela valorização do dólar, destaca o analista. O volume de negócios se mantém comedido, mesmo diante da necessidade de vendas por questões logísticas e financeiras. O mercado sente o avanço da colheita e a perspectiva de safra cheia no Brasil – prêmios cedem nos portos e entram no campo negativo, cotados no spot na faixa de -15 / -5. Ao mesmo tempo, o custo de transporte se mantém em níveis historicamente altos.