Os contratos negociados com soja na Bolsa de Chicago (CBOT), abrem a semana operando no campo negativo – menos 5 cents, a U$ 15,27/março na manhã de segunda-feira, 06/02. O mercado segue pressionado pelo início da colheita da safra brasileira, bem como pela lentidão da demanda chinesa.
Segundo o analista Camilo Motter da Corretora Granoeste de Cascavel/PR, o bom desempenho da economia norte-americana, com mercado de trabalho aquecido, fortalece o dólar e encarece os produtos nominados nesta moeda – o que acaba por limitar a demanda no comércio internacional. O mercado também avalia certa melhora na qualidade das lavouras da Argentina.
O farelo se apresenta como a perna forte do complexo soja. Na última semana, na CBOT, a posição presente se aproximou dos U$ 500,00 por tonelada curta (907,2kgs – batendo em U$ 499,5), no melhor patamar em oito anos. Nos últimos três anos, os preços reagiram em cerca de 50%. Ao mesmo tempo, o óleo que havia registrado recorde de preços há dois anos, quando chegou a ser negociado na faixa de U$ 0,90 por Libra Peso (0,454 gramas), perdeu força e hoje está nos arredores de U$ 0,60.
Nesta quarta-feira, o USDA irá divulgar o relatório mensal de oferta e demanda referente a fevereiro. O fato mais aguardado é a estimativa para a colheita da Argentina. O mercado aguarda um novo corte, na faixa de 4,0MT, para 41,5MT. Com isso, haverá também ajuste negativo para a projeção de estoques globais, que tende a se situar na faixa de 101,5MT, ante 103,5MT de janeiro.
De acordo com o analista, a colheita da safra brasileira chega a 7,8%, ante 17,1% do mesmo ponto do ano passado e 10% de média histórica – de acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado. No MT os trabalhos estão em 24% (46% na mesma época do ano passado e 27,2% de média) e no PR, em 3% (6,7% de média).
Motter destaca que no mercado doméstico, notadamente na origem, as variáveis internas, como queda dos prêmios, alta dos fretes e certa acomodação do câmbio, estão pesando de forma decisiva na transferência do preço internacional para o preço em Reais. Produtores se mantêm recuados, preocupados como o lento ritmo da colheita; são observados apenas negócios pontuais.