Com custos de produção se mantendo em estabilidade e cada vez mais a gestão profissional sendo aplicada no setor, o primeiro semestre foi positivo para a piscicultura brasileira.
Os números, divulgados pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) mostram que o setor vai muito bem, tanto em termos de produção quanto de exportação.
O regular abastecimento do mercado interno também demonstra a tendência de crescimento da atividade, como vem sendo verificado nos últimos dez anos pelos levantamentos da entidade.
Segundo Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR, houve um aumento da oferta de peixes em todas as praças e com boa remuneração ao produtor.
"Os custos mantiveram-se estáveis. Em média, um quilo de tilápia comprou mais de três quilos de ração”, aponta, ressaltando que a boa produtividade no primeiro semestre está diretamente relacionada ao maior alojamento de alevinos nos últimos meses de 2023.
“As exportações seguem nos surpreendendo. O acumulado do primeiro semestre proporcionou receita equivalente a 96% do faturamento de todo o ano passado”, afirma Medeiros, citando dados do Informativo do Comércio Exterior da Piscicultura.
O documento é elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Peixe BR.
A estabilidade dos custos de produção foi decisiva para o resultado econômico dos produtores. Com valores inferiores à média histórica, a ração (que representa cerca de 70% dos custos) compensou a redução do preço pago ao piscicultor pela tilápia.
Alguns insumos tiveram elevação, como energia elétrica (especialmente no Paraná), transporte e mão de obra.
“Também foram verificados alguns desafios sanitários no cultivo de peixes em tanques, levando à elevação de custos com medicamentos e aumento das taxas de mortalidade em alguns momentos”, informa Francisco Medeiros.
O presidente da Peixe BR destaca que os indicadores do Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea) têm apontado tendência de recuperação nos preços da tilápia das principais praças do Brasil, especialmente nas últimas semanas de agosto.
“Isso ocorre devido ao final do inverno e consequente aumento da temperatura. Nesse momento, o consumo também se recupera. Por esse motivo, estamos confiantes de que o segundo semestre também será positivo para a piscicultura”, completa o dirigente.
“A gestão cada vez mais profissional tem possibilitado as maiores taxas de crescimento da atividade entre todas as proteínas animais.
O consumo per capita ainda é baixo, porém cresce ano após ano. A tilápia desponta no mercado, porém os peixes nativos têm potencial incrível de crescimento”, diz Medeiros.