Os contratos negociados com soja na CBOT operam nesta manhã de quinta-feira, 04/05, em queda de 5 cents, a U$ 14,12/julho. Ontem houve ganhos de 6 pontos.
De acordo com o analista de mercado, Camilo Motter, da Corretora Granoeste de Cascavel/PR, perdas recentes no petróleo, que volta a ser negociado ao redor de U$ 70,00/barril, e preocupações quanto à solidez da economia mundial afetam todos os mercados de commodities e de ativos financeiros.
Além das questões técnicas, o mercado segue influenciado negativamente pela continuada pressão da oferta brasileira, bem como pelo bom ritmo do plantio da nova safra norte-americana. As perdas, no entanto, são limitadas pela intensidade da quebra da safra da Argentina, que terá uma colheita reduzida em cerca de 50%, para algo como 25,0MT.
De acordo com o USDA, na última semana, foram registradas exportações de apenas 0,29MT. No acumulado, as vendas externas somam 50,7MT, ante 58,3MT do mesmo período do ano passado. Os embarques chegam a 47,1MT, contra 47,3MT.
Os investidores começam a mirar no relatório de oferta e demanda de maio, que será apresentado pelo USDA na sexta-feira da próxima semana. Tradicionalmente, o relatório de maio se caracteriza por trazer as primeiras projeções para a nova temporada – desta vez, para a temporada 2023/24. Por esta razão, um bom posicionamento das carteiras não pode ser dispensado, o que acaba por mover o mercado numa ou noutra direção.
Com a colheita praticamente concluída, a safra brasileira poderá alcançar 157,7MT, ante 127,2MT da estação passada. O levantamento é da consultoria StoneX.
No mercado interno, os preços parecem ter encontrado um piso onde se acomodar. Isto é atribuído à redução das pressões de colheita, resultando em elevação dos prêmios nos portos e queda do custo de transporte.
Em larga medida, esta mudança neutraliza as perdas verificadas na CBOT e no câmbio. Este deve seguir pressionado em razão da manutenção em 13,75% da taxa básica de juros pelo BC.
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