A produção brasileira de café na safra 2023 deverá registrar crescimento de 7,5% em relação ao ciclo passado. Neste ano, a colheita está estimada em 54,74 milhões de sacas beneficiadas contra 50,92 milhões de sacas em 2022.
O bom resultado é esperado mesmo em um ano de bienalidade negativa, como mostra o 2º levantamento da cultura, divulgado nesta quinta-feira, 18/05, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se a estimativa para este ano for comparada com o volume colhido na safra 2021, o aumento chega a ser de 14,7%.
Neste ano, a expectativa para o café arábica é que sejam colhidas 37,93 milhões de sacas beneficiadas. Restando 69,3% da produção de café no país. Se confirmado, o volume representa um incremento de 15,9% sobre a safra de 2022.
“Essa alta é explicada tanto pelo aumento de 1,9% na área em produção da espécie. Aliado ao ganho de 13,7% no rendimento das lavouras, como verificado em Minas Gerais, maior produtor de arábica”, destaca o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos.
Já para o café conilon, a perspectiva para a atual temporada é de uma produção de 16,81 milhões de sacas. Uma redução de 7,6% da safra passada. Além disso, o aumento esperado na colheita de Rondônia, Bahia e Mato Grosso não compensaram as perdas de produtividade estimadas no Espírito Santo, maior produtor de conilon.
“Durante o desenvolvimento do grão no estado capixaba, foram registradas condições adversas. Principalmente as fases iniciais do ciclo da cultura, impactando no desempenho dos cafezais”, esclarece Vasconcellos.
De acordo com o levantamento divulgado pela Conab, a área em produção total destinada à cafeicultura no país em 2023, contabilizando as duas espécies mais cultivadas no país (arábica e conilon), totaliza 1,87 milhão de hectares. Como resultado, teve um aumento de 1,7% sobre a área da safra anterior.
Já a área em formação, aquela destinada pelos produtores para a introdução de novas plantas ou ainda para realizar tratos culturais, como podas drásticas, está estimada em 375,5 mil hectares em formação, queda de 6% em relação ao ciclo anterior.
Nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil exportou 11,2 milhões de sacas de 60 kg. O volume representa uma queda de 20,3% na comparação com as 14,1 milhões de sacas exportadas em igual período de 2022.
A redução repete o comportamento registrado em 2021 e 2022 em razão da restrição da oferta interna nos primeiros meses do ano. O que limita a disponibilidade de café para a venda ao mercado externo. Além disso, esse cenário de estoques restritos no início de 2023 foi influenciado pelas adversidades climáticas que limitaram a produção de café no Brasil nos últimos dois anos.
“Porém, a boa expectativa para a atual safra, após melhora das condições climáticas, favorece a recomposição dos estoques. Podendo contribuir para a recuperação da exportação do produto no segundo semestre”, analisa o analista de mercado da Conab, Fábio Silva Costa.
Para os preços do produto, a tendência é de queda das cotações a partir do avanço da colheita, embora não sejam esperadas reduções significativas, uma vez que os estoques baixos dão suporte aos preços do café e impedem quedas expressivas das cotações neste momento.