Ela chegou de vez a todos os setores da economia: a Inteligência Artificial (IA) tem sido amplamente utilizada no mundo corporativo para melhorar a eficiência e a produtividade em diversos setores. O Brasil, segundo estudo da Universidade de Stanford, foi o mercado que mais contratou a tecnologia no cenário global.
Embora muitas empresas já adotassem há algum tempo ferramentas de IA, com a evolução da tecnologia nos últimos anos, surgiram também novas possibilidades de aplicação que ajudam empresas e instituições a se tornarem mais eficientes e competitivas.
De acordo com Sérgio Ricardo de Freitas Oliveira, diretor da BU de Business Transformation, a chegada do ChatGPT, lançado pela empresa OpenAI em 2022, ampliou o acesso da sociedade à tecnologia pela gratuidade, no entanto, o mundo corporativo apresenta uma dinâmica diferente que precisa de soluções próprias e em ambientes seguros.
“Como as aplicações de negócios precisam de confidencialidade, o caminho para as empresas é utilizar as interfaces de programas de aplicação (as famosas “APIs”) dentro de softwares desenvolvidos pela/para a empresa de forma a possibilitar que as suas áreas de negócios ou os cidadãos, possam fazer perguntas em linguagem natural sobre documentos e bases de conhecimento da organização”
Sérgio Ricardo de Freitas Oliveira, diretor da BU de Business Transformation
No setor público, por exemplo, uma Secretaria de Fazenda de um grande Estado brasileiro está implementando uma solução de atendimento virtual ao cidadão com suporte à fila de atendimento usando modelos modernos de NLP (em Português: Processamento de Linguagem Natural); outra adoção no mesmo órgão diz respeito à abertura de chamados de TI por meio de bot que utiliza as APIs de NLP da OpenIA.
“Ultrapassando a fase de atendimento em que obtêm-se respostas como sim ou não, digite 1 ou na escolha da opção de um menu, o Balcão Virtual permite ao usuário ser atendido de uma forma mais amigável, por meio de uma conversa clara com interação de perguntas e respostas em linguagem natural. O chatbot pode aprender qualquer conteúdo, sem necessidade de especificar uma cadeia de perguntas para manter um diálogo e atender às dúvidas do usuário”, explica Sérgio Ricardo.
A solução também permite que as empresas tenham atendimentos personalizados com avatar ou ícones customizados em qualquer tipo de canal como e-commerce e intranet, por exemplo. “A proposta é que o usuário consuma a funcionalidade de forma acessível, segura e satisfatória, tendo como base um banco de dados, arquivos e manuais que auxiliam a IA nas respostas. Desenvolvida com toda a estrutura da Microsoft, a empresa pode ainda gerar relatórios de atendimento e visualizar métricas para entender a qualidade do atendimento da ferramenta”, aponta.
Nesse sentido, diversos casos de uso podem e estão sendo implementados nas empresas como, por exemplo, em instituições do setor judiciário, ao ter a entrada de um processo judicial é possível selecionar qual o melhor setor para encaminhá-lo e permitir que sejam consultadas as partes, os advogados, a matéria, etc. sem precisar um humano ler o processo; consultar bancos de dados em linguagem natural; e em seleções de emprego, escolher os currículos que mais se aproximam do job description.
Todas as áreas de negócio de uma organização podem facilmente tomar proveito dessa tecnologia, e “é por isso que estamos vivendo tempos interessantíssimos no que concerne à democratização da IA para os negócios”, afirma Sérgio.
