O início do verão que aconteceu no dia 21/12 é visto com preocupação pelos produtores rurais de Goiás. A exemplo do que foi visto no começo deste ano, a tendência é que as chuvas continuem irregulares em janeiro, fevereiro e março - período conhecido por safrinha, no qual a produção é mais curta.
A previsão do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) é que a distribuição desigual das precipitações seja o principal problema enfrentado pelo setor agrícola durante a estação. As regiões Sul e Sudoeste do estado, onde a produção está concentrada, serão as mais afetadas pelo baixo volume de chuvas.
Em novembro, já houve redução de 100 a 140 mm de precipitações nestes municípios. "Desde então, eles estão sentindo os transtornos de precipitação em menor volume e irregular. Tem produtores que ainda estão fazendo o plantio da safra, então, considerando 90 ou 120 dias de cultivo, provavelmente nem irão ter a safrinha", aponta o gerente do Cimehgo, André Amorim.
Segundo o meteorologista, este é o terceiro ano consecutivo que Goiás tem o padrão de chuvas alterado pelo fenômeno La Niña , que só deve perder força no final do verão. "Por si só, é uma anomalia e pode trazer transtornos. A previsão é que ele permaneça até março, passando a partir daí para a neutralidade", explica.
Neste ano, a falta de chuva, além de postergar o início do plantio da safra, trouxe dificuldade para a continuidade da retirada das culturas no fim de outubro e no decorrer de novembro. O resultado, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), foi um plantio mais atrasado e redução na estimativa de produção.
A entidade teme que o atraso possa dificultar o plantio da safrinha. Com isso, o segmento iria para o terceiro seguido de redução da produtividade.