Existem requisitos iniciais que são categoricamente mencionados nas necessidades imediatas para duas variedades específicas de Pulses na Índia. Essas variedades são o Feijão-guandu (Pigeon Pea) e o Feijão-mungo-preto (Black Matpe). A Índia enfrenta escassez dessas variedades específicas e o consumo delas chega a vários milhões de toneladas.
A escassez pode variar de 10% a 35-40%, dependendo da sazonalidade e disponibilidade nos produtores específicos. Atualmente, importam essas duas Pulses da África e de Mianmar, que são os principais fornecedores. Portanto, o principal ponto de discussão atualmente na Índia é como eles podem eventualmente desenvolver uma nova fonte, o Brasil, para essas variedades de Pulses, e o que é necessário para cultivar essas variedades específicas no Brasil.
Normalmente, a Índia facilita o comércio especialmente no que diz respeito a Pulses e grãos. Um bom exemplo disso é o Conselho de Comércio de Lentilhas dos EUA, com o qual tem trabalhado nos últimos dois anos.
Durante a visita do Primeiro-Ministro indiano aos EUA, ambos os países concordaram em recuar em medidas retaliatórias e tarifas retaliatórias, e os esforços resultaram na retirada dessas tarifas retaliatórias.
Isso abriu uma nova oportunidade para importarem novas variedades dos EUA e proporcionou uma grande abertura para os comerciantes considerarem múltiplas variedades.
A Índia importa Lentilhas principalmente do Canadá, também da Austrália e, às vezes, da Rússia. Embora não estejam importando da Rússia atualmente, em algum momento costumavam importar.
Nesses esforços conjuntos é onde a IPGA (Indian Pulses and Grains Association), a entidade máxima, desempenha o papel de intermediária, reunindo múltiplos atores comerciais e buscando maneiras de ajudar as entidades comerciais e os países envolvidos. E é exatamente isso que gostariam de fazer com os parceiros brasileiros.
Certamente há uma necessidade e o governo responderá com grande prioridade para o cultivo de Feijão-guandu e Feijão-mungo-preto.
Assim como ocorre com os acordos estabelecidos com a África e Mianmar, algo semelhante pode ser feito entre Brasil e Índia, para termos uma espécie de garantia de que estão dispostos a importar essas commodities do Brasil.
Além disso, eles podem analisar outras commodities em que a facilitação do comércio possa ocorrer sempre que nós como parceiros estivermos interessados.
Há muitas coisas que podem se concretizar e é onde a IPGA desempenhará o papel de ancorar essas necessidades, facilitando sempre que houver necessidade de advocacia política, juntamente com a embaixada brasileira e o adido agrícola na Índia.
A Índia é o maior produtor de Pulses do mundo, possuem diferentes variedades e produzem cerca de 27.000.000 toneladas, sendo as principais o Grão-de-bico, o Feijão-mungo-preto, o Feijão-guandu, o Feijão-mungo-verde e as Lentilhas. Essas cinco Pulses são as mais focadas pelo governo.
Nos últimos anos, o governo tem tomado medidas para impulsionar a produção e tem sido bem-sucedido. Em 2017-2018, importaram cerca de 6,5 milhões de toneladas e atualmente esse número caiu para 2.000.000 toneladas. No entanto, no mix de Pulses deles, o Feijão-guandu e o Feijão-mungo-preto são os mais importantes.
Esses cultivos são cultivados na estação de kharif, que é a estação de verão. Nos últimos anos, eles têm enfrentado muitos problemas com esses dois cultivos.
A demanda atual da Índia é de cerca de 27.000.000 de toneladas e estimam que, até 2030, essa demanda chegará a 35.000.000 de toneladas. A demanda está aumentando devido ao crescimento do PIB na Índia, ao aumento do consumo per capita e à renda per capita, além da existência de uma grande classe média. E, nisso, as Pulses são uma importante fonte de proteína para a maioria da população indiana. Portanto, precisam de Pulses.
Na década de 90, o Canadá não produzia praticamente nenhuma leguminosa. Hoje em dia, eles produzem uma grande quantidade de Ervilhas-amarelas, cerca de 3 a 4 milhões de toneladas, e Lentilhas, cerca de 2 a 3 milhões de toneladas. Atualmente, o Canadá é o maior exportador e produtor dessas Pulses, mas durante 30 anos eles praticamente não produziram, graças à política do governo da Índia que incentivou o seu cultivo e importou cada vez mais do Canadá.
Houve uma enorme demanda por parte da Índia, o que tornou o mercado uma grande oportunidade para o Canadá. Da mesma forma, há uma oportunidade para o Brasil. As duas Pulses às quais estamos nos referindo são o Feijão-guandu e o Feijão-mundo-preto.
Além da Índia, o Feijão-mungo-preto é produzido apenas em Mianmar, com uma produção de cerca de 600 a 700 mil toneladas por ano. A demanda da Índia é de cerca de 3,5 milhões de toneladas e muitas vezes viram suas safras serem afetadas, precisando importar mais e mais do mercado internacional.
A situação é semelhante para a Ervilha, pois os países que a cultivam, Mianmar e países do leste africano, juntos, produzem cerca 800.000 a 1 milhão de toneladas. No entanto, a demanda é maior e até 2030, como mencionado, a demanda aumentará para 35 milhões de toneladas. Vão precisar mais dessas Pulses, por isso, é uma grande oportunidade para ambos os países, para o comércio bilateral e o desenvolvimento desse negócio.
A primeira coisa mais importante do ponto de vista da pesquisa é que ambas as culturas são altamente fototermossensíveis. Isso significa que, durante diferentes regimes de temperatura e regimes de fotoperíodo, o comportamento dessas culturas tende a mudar.
Na verdade, o Feijão-guandu possui três durações diferentes de crescimento. Uma delas é a duração precoce, que amadurece em 135 a 150 dias na Índia. O segundo grupo é a duração média, que varia de 152 a cerca de 190 dias, e o terceiro é a duração longa, que é superior a 220 dias.
Nas condições indianas, cultivam as três durações diferentes, mas como querem intensificar os sistemas de cultivo, o interesse é no Feijão-guandu de duração precoce e na de duração média.
No caso do Brasil, principalmente a Região Nordeste, que possui um ambiente semiárido, com cerca de 700 milímetros de precipitação anual, são favoráveis para estas duas culturas, pois não são exatamente endêmicas, mas pode-se dizer que são culturas semiáridas e requerem uma precipitação pluviométrica de cerca de 700 a 900 milímetros por ano.
No caso do Feijão-guandu (Pigeon Pea), em condições indianas, estão cultivando em torno de 4,5 milhões de hectares. No entanto, a produção está flutuando principalmente por três motivos: a primeira é a termossensibilidade; a segunda é sua suscetibilidade a várias doenças, principalmente a Fusarium, várias doenças bacterianas; e a terceira é sua alta suscetibilidade a diferentes tipos de pragas.
Pós-colheita passam a refletir tanto o Feijão-guandu quanto Feijão-mungo-preto ao ataque de insetos-praga, como o gorgulho. Eles perfuram os grãos e se alimentam de seu interior, deixando o casulo e a casca intactos. Esses são os principais problemas que a Índia está enfrentando.
Com isso, se precisam se concentrar na disponibilidade de Pulses suficientes para as massas indianas, a importação é uma das soluções, especialmente no caso do Feijão-mungo-preto. Atualmente, a Índia está importando principalmente de Mianmar e Moçambique.
Em países africanos, principalmente, estão importando Feijão-mungo-preto e Feijão-guandu, porque o Feijão-guandu não é cultivado em muitos países, apenas em alguns países africanos, incluindo Tanzânia e Moçambique, e os países do leste africano só produzem em uma estação, e a quantidade é muito, muito limitada.
Nesse caso, provavelmente o Brasil pode se tornar um grande parceiro exportador para a Índia, tanto a curto quanto a longo prazo. No entanto, é importante que os produtores brasileiros levem em consideração as propriedades organolépticas, especialmente o sabor e o aroma, do Feijão-guandu e do Feijão-mungo-preto.
Deve-se destacar que o Feijão-guandu é muito sensível no mercado indiano, tanto politicamente quanto em termos de preço. É uma leguminosa consumida em grande parte do país devido ao seu sabor. Portanto, sabor e o aroma dessas diferentes variedades fazem diferença e o Brasil já testou e atende este requisito.
O Brasil já está produzindo Feijão-mungo-preto (três empresas já produziram Feijão-mungo-preto este ano e acabaram de colher a safra), pois a Índia já tem importado uma pequena quantidade, cerca de 2.000 a 3.000 toneladas anualmente desde o Brasil.
E a qualidade que eles têm recebido do Brasil tem sido totalmente aceitável na Índia. O que a Índia espera é que se produza mais e com a mesma qualidade, e que certamente comprarão. Certamente, essa cultura nova vai precisar de muita assistência por parte da Índia, mas que, por sua vez, está disposta a levar adiante conforme necessário.
A Índia é um dos maiores importadores de Pigeon Pea (Cajanus cajan), também conhecido como toor dal ou Feijão-guandu. Embora a Índia seja um dos principais produtores e consumidores de Pigeon Pea, o país também importa quantidades significativas dessa leguminosa de outros países. Alguns dos principais países exportadores de Pigeon Pea para a Índia incluem:
Além desses países, a Índia também importa Pigeon Pea de outras nações, como Uganda, Nigéria, África do Sul, Etiópia, Emirados Árabes e Austrália dependendo das condições de mercado e da disponibilidade do produto.
A Índia é um dos maiores importadores de Black Matpe (Vigna mungo), que também é conhecido como urad dal ou Feijão-mungo-preto. Embora seja um alimento básico importante na culinária indiana, a Índia também importa quantidades significativas dessa leguminosa de outros países. Alguns dos principais países exportadores de Black Matpe para a Índia incluem:
Se considerarmos os números, o consumo de Lentilhas não é tão expressivo em comparação com o Feijão-guandu, Feijão-mungo-preto e Feijão-mungo-verde, que têm um consumo maior. Além disso, existem concorrentes do Canadá e da Austrália que exportam a maior parte das Lentilhas para a Índia, e essa quantidade também não é muito grande.
Quanto às Ervilhas-verdes, vários países estão atualmente produzindo, como Canadá, Argentina e Austrália, e basicamente a produção de Ervilhas é muito alta. A produtividade é alta, e o governo indiano impôs algumas tarifas de importação também para as Ervilhas.
Além disso, as Ervilhas-amarelas, principalmente, são substitutas das Lentilhas e, por isso, desde os últimos 5 anos e meio, desde abril de 2018, o governo da Índia proibiu a importação.
Eles restringiram a importação de Ervilhas-amarelas para o mercado indiano e agora não estão recebendo nenhuma Ervilha. Nem do Canadá nem da Europa, porque a Rússia é outro grande produtor de Ervilhas.
O foco, portanto, deve estar no Feijão-mungo-preto, Feijão-guandu, Mungo-verde e nos caupis, rajados e vermelhos que terão demanda crescente pela Índia e outros países também.
O IBRAFE (Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais) tem atuado fortemente para criar as bases nesse comércio com a Índia. Além de mediar a transferência de tecnologia desde a Índia para o Brasil, também tem buscado encontrar meios de dar segurança aos exportadores, uma vez que produzir Pulses, que têm mais de 90% destinados a um só país, traz riscos ao produtor brasileiro.
Estão em andamento entendimentos para que haja segurança para ambos os lados nessas negociações.