Mato Grosso do Sul é um estado com o agro enraizado em sua história e, cada vez mais impulsionado pela soja, é um setor referência na geração de empregos, qualificação profissional e no mercado interno e externo.
O Departamento Técnico (Detec) do Sistema Famasul desenvolveu o estudo “A importância do setor do complexo soja para a economia de MS”. Esse documento mostra a relevância do cultivo do grão para o sistema agroindustrial, o comércio exterior e o desenvolvimento socioeconômico do estado.
A soja é o principal produto da agropecuária de Mato Grosso do Sul, correspondendo a 54% do VBP (Valor Bruto da Produção) do setor primário. O levantamento aponta que a produção e produtividade vêm crescendo nos últimos anos, demonstrando potencial de chegarmos muito mais longe.
“Como Mato Grosso do Sul é um estado muito forte no agronegócio, em especial na produção de soja, buscamos evidenciar, por meio desse estudo técnico, a importância da soja para economia do estado. Demonstramos a parte econômica e a social, como o IDH [Índice de Desenvolvimento Humano]. Fizemos uma correlação e identificamos que os municípios produtores são os que têm o maior IDH”, explica Jean Américo, analista de economia da Famasul.
Essa grandiosidade é vista quando relacionamos os municípios com maior produção de soja e o IDH. De acordo com o Detec, em uma escala de 0 a 1, a correlação foi de 0,7, reforçando a importância da produção de soja para o desenvolvimento municipal. Sendo assim, as principais cidades produtoras do grão apresentam os maiores IDHs do estado.
É o caso de Maracaju, Ponta Porã, Sidrolândia e Dourados, que estão no grupo dos quatro maiores IDHs e entre os 10 maiores produtores de soja, indício de correlação entre produção de soja e desenvolvimento. Isso geralmente se dá pelos bons resultados nas lavouras daqueles municípios. Que trazem evolução direta aos moradores, gera empregos, faz a economia girar, e afeta positivamente do pequeno ao grande empreendedor daquela cidade. O IDH médio de 0,526 é dos 5 últimos municípios na classificação do estado. Apresentam as menores produções de soja na última safra, de acordo com os dados do SIGA-MS.
A capacidade do complexo soja de gerar empregos também é um ponto de destaque. Conforme o estudo, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), os setores de “lavoras temporárias”, “moagem de soja” e “fabricação de óleo de soja” possuem cerca de 3,3 mil empregos formais no estado . Estes são empregos diretos do complexo soja.
“Temos tanto o impacto direto, que são os empregos gerados pela lavoura, como os impactos indiretos, que são questões como o transporte, as exportações. Tem todo um segmento que impacta direta e indiretamente nos empregos gerados pela produção de soja no estado”.
Já considerando os empregos indiretos, conforme relatório do Detec, são 10,3 mil cargos em outros setores como transportadoras, comércio, entre outros. Totalizando 13,7 mil empregos gerados pelo complexo soja.
Conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o complexo soja representa 36% do valor exportado por Mato Grosso do Sul em produtos agropecuários.
Além de ser importante pelos vários destinos em 2022, foram aproximadamente 4,9 milhões de toneladas exportadas de produtos da soja, resultando uma receita de US$ 3,03 bilhões. Mato Grosso do Sul foi o 8° maior exportador entre as unidades federativas do Brasil, sendo que o estado sofreu com uma quebra de safra que limitou significativamente a capacidade de ofertar o produto.
“Quanto à questão das exportações, observamos a geração de divisas para o estado. Quando exportamos, estamos gerando riqueza para Mato Grosso do Sul. Boa parte é consumida internamente, e a outra é exportada, principalmente para a China e para a nossa vizinha Argentina. Isso tem um efeito multiplicador que é gerado na economia; com a prestação de serviços, o produtor rural gera renda. Tudo isso provoca um impacto positivo na sociedade”, finaliza.
Além disso, na imagem é possível observar a dimensão do número de países que importaram a soja de MS. Sendo que os 10 principais importadores do grão em volume foram China, Argentina, Coreia do Sul, Vietnã, Irã, Paquistão, Tailândia, Taiwan, Bangladesh e Indonésia, respectivamente.