A declaração do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, de que o agronegócio ocupa área desmatadas na Amazônia causou revolta entre as principais lideranças do setor no Brasil. A fala aconteceu durante viagem à China, em seminário organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), e foi direcionada para uma plateia formada por empresários e líderes do setor dos dois país.
Em coletiva durante a Tecnoshow Comigo 2023, realizada de 27 a 31 de março em Rio Verde/GO, presidente da Aprosoja/GO, Joel Ragagnin, se mostrou extremamente irritado com a declaração de Viana. "Essa afirmacão prova que o presidente da Apex não conhece o agronegócio brasileiro", ressaltou. O vice-presidente da Associação Goiana de Produtores de Algodão, Carlos Alberto Moresco, também não escondeu sua insatisfação com a polêmica declaração. "Com certeza ele não está bem informado do que acontece no setor", afirmou. Moresco ressaltou que o agronegócio brasileiro é um dos mais sustentáveis do mundo e responsável por grande parte da preservação do meio ambiente através das reservas legais nas propriedades.
A Frente Parlamentar da Agropecuária também lamentou o posicionamento equivocado do atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Em nota oficial, afirmou que "a Apex é uma agência que tradicionalmente trabalhou pela promoção da imagem e dos produtos brasileiros no exterior. É intangível o estrago que um porta-voz brasileiro, responsável pela promoção das exportações, faz ao se permitir macular toda a pesquisa, tecnologia e precisão implantados pelo setor agropecuário, numa premissa ultrapassada desprovida de informações científicas e oficiais".
A FPA ressalta também que o Brasil exporta para mais de 200 países com qualidade, eficiência e atendemos à todos os protocolos sanitários, ambientais e de mercado. "O estrago vai além dos produtos agropecuários e atinge diretamente a imagem brasileira perante o mercado internacional", continua a nota.
A FPA reforou a os dados oficiais que comprovam a sustentabilidade da agropecuária e da preservação ambiental em números vultosos diante dos países competidores do globo:
1. O Brasil possui 66% do seu território em vegetação nativa preservada ou protegida. Dados da Embrapa Territorial demonstram que proprietários rurais são os que mais preservam, ou seja, 20,5% do País, com áreas de preservação permanente, reserva legal e vegetação excedente de suas respectivas propriedades;
2. Ressalta-se ainda que nenhum outro país do globo possui o modelo sustentável brasileiro, com leis ambientais rigorosas, como o Código Florestal que impõem ao proprietário rural cotas de preservação ambiental da propriedade por bioma: 80% na Amazônia, 35% no Cerrado e 20% aos demais, além de manter preservação em cursos d’água;
3. A área de uso do território nacional para agricultura e pecuária somam 27,8%, atrás de países como China, (55,1%), Alemanha (46,6%), Estados Unidos (41,3%) e Argentina (39%); (Fonte: IPEA/22)
4. O Ipea registra que a expansão da área de produção agropecuária com tecnologias e práticas sustentáveis atingiu 154% da meta fixada no Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação da Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC). O Plano é uma política pública composta por programas com ações a serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis.
Finalizando a nota oficial, a entidade afirmou que o Brasil possui sustentabilidade na produção e vocação para alimentar o mundo. Inclusive com respeito ao meio ambiente e combate aos crimes cometidos. Não aceitaremos que ideologias superem dados oficiais de satélite e a ciência.
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